quinta-feira, 23 de maio de 2024

LENDO IMAGENS

LENDO IMAGENS: UMA VIAGEM DOS OLHOS 


Não vês que o olho abraça a beleza do mundo inteiro? [...] 
É janela do corpo humano, por onde a alma especula e frui a beleza do mundo, aceitando a prisão do corpo que, sem esse poder, seria um tormento [...] 
Ó admirável necessidade! 
Quem acreditaria que um espaço tão reduzido seria cabaz de absorver as imagens do universo? 
[...] O espírito do pintor deve fazer-se semelhante a um espelho que adota a cor do que olha e se enche de tantas imagens quantas coisas tiver diante de si. 

(Leonardo da Vinci)


"O que mata um jardim não é o abandono. O que mata um jardim é esse olhar de quem por ele passa indiferente… E assim é com a vida, você mata os sonhos que finge não ver".

(Mário Quintana)





É POSSIVEL LER UMA IMAGEM?

Sim, é possível e necessário ler uma imagem, mas não como se lê uma palavra ou uma frase. As imagens não podem ser lidas de maneira linear, isto é, em apenas uma direção, no nosso caso, da esquerda para a direita. Um dos problemas da leitura linear é o hábito do “já li, não preciso reler”. (revista, 2024)


Para responder à pergunta acima, há ao menos duas perguntas pressupostas:
1) como se lê uma frase?;
2) é possível ler uma imagem assim como se lê uma frase?

Tentemos responder a elas primeiro.

Como se lê uma frase? A resposta mais objetiva seria: da esquerda para a direita. No entanto, para um árabe, a resposta estaria errada: os árabes leem da direita para a esquerda. Mas por ora fiquemos com a nossa resposta, digamos, ocidental-cristã. Continuemos lendo da esquerda para a direita.(revista, 2024)

Deste fato bem prosaico, posso tirar uma dedução espantosa, se não assustadora: a forma como lemos uma frase molda a forma como pensamos. Se lemos uma frase da esquerda para a direita, então pensamos na mesma direção, desenhando mentalmente uma linha, de preferência reta.(revista, 2024)

Esta linha reta pressupõe um ponto de partida e um ponto de chegada: uma causa e uma consequência. Logo, pensamos sempre procurando as causas e as consequências de todos os fenômenos. Nosso pensamento é linear, portanto, causal.

Na verdade, nosso pensamento é histórico. A escrita linear fundou a história e as noções basilares de causa, consequência, crescimento e progresso. Por isso se diz que, antes da escrita, não havia história, apenas pré-história. O pensamento moldado pela escrita linear organizou os fenômenos em linhas causais e assim fundou o que conhecemos como história, que por sua vez constitui o que chamamos de verdade e de sociedade.(revista, 2024)

A verdade mesma, porém, é muito mais complexa do que uma sucessão de linhas retas, uma abaixo da outra. Para chegar um pouco mais próximos dessa complexidade, contamos com o mito, a religião e a arte – nessa ordem.

Essas instâncias leem o mundo não apenas através de linhas escritas, mesmo que as utilizem. A literatura, por exemplo, se apoia na metáfora, por definição ambígua: cada metáfora diz pelo menos duas coisas, logo, de uma linha faz pelo menos duas linhas, que não são paralelas nem necessariamente perpendiculares.

A imagem artística, por sua vez, sempre concorreu com a escrita e com a história, mostrando o mundo de maneira não linear. A imagem artística não é feita de linhas retas que se sucedem uma abaixo da outra, mas de curvas que se cruzam e se sobrepõem de mil formas ou mais.

A nossa época, ao criar a fotografia, o cinema, a televisão e a internet, se apropriou da imagem artística para transformá-la em imagem técnica e reproduzi-la ao infinito. Por isso, filósofos como Vilém Flusser dizem que estamos saindo da história para entrar na pós-história.

O que ele chama de pós-história tem vários problemas, de que não vou tratar aqui, mas uma qualidade: quebra-se a hegemonia do pensamento linear, obrigando-nos a pensar de maneira não apenas linear, logo, de maneira não apenas causal.

Somos obrigados a aprender a ler imagens, justamente para que elas não soterrem nossa mente e congelem os nossos sentidos, pela quantidade absurda com que nos assaltam. De certo modo, somos obrigados a pensar como os artistas sempre pensaram, ou seja, pulando fora das linhas retas e dos quadrados formados por linhas retas.(revista, 2024)

Essa conclusão nos leva à segunda pergunta: é possível ler uma imagem assim como se lê uma frase? A resposta: sim, é possível e necessário ler uma imagem, mas não como se lê uma frase. As imagens não podem ser lidas de maneira linear, isto é, em apenas uma direção, no nosso caso, da esquerda para a direita.

Um dos problemas da leitura linear é o hábito do “já li, não preciso reler”. Sempre é preciso reler porque sempre é preciso repensar. Duvidar habitualmente do que se leu e do que se pensou é a condição sine qua non do que chamamos de consciência. Precisamos duvidar, por exemplo, dos mitos modernos do crescimento e do progresso, frutos meio podres de um pensamento ainda linear.(revista, 2024).


Como ler uma imagem

Leitura de imagens é o ato de apreender uma imagem com o objetivo de compreendê-la e de atribuir-lhe significado a partir de nossas próprias experiências, assim como fazemos com um texto escrito.

(Apreender: assimilar mentalmente, abarcar com profundidade; compreender, captar).

Lembrando que o texto escrito podem ser: 

Texto Narrativo: narra, conta uma história.
Texto Descritivo: apresenta a descrição de algo.
Texto Dissertativo: busca defender uma ideia com base na argumentação.
Texto Expositivo: pretende apresentar um tema a partir de recursos como a conceituação, a definição, a descrição, a comparação, a informação e enumeração..
Texto Injuntivo: ou instrucional; é pautado na explicação e no método para a realização de algo.

E com a imagem não é diferente. 

Há vários modos de uma imagem ser lida, entre elas podemos citar: 

a leitura formal,
a leitura interpretativa, 
a leitura iconográfica, 
a leitura iconológica,
a leitura gestáltica, 
a leitura semiótica, 
a leitura estética, 
entre outras.

Vamos nos ater apenas em duas dessas possibilidades de leitura: a leitura formal e a leitura interpretativa.  

Esses dois modos se ler/ver se complementam auxiliando o leitor/espectador na atribuição de significados ao que observa. 

O que é, então, ler? E em que consiste ler uma imagem? Segundo os pesquisadores do Projeto Zero de Harvard, a leitura é uma atividade simbólica tão importante quanto a produção artística, porque é ela que possibilita interpretar as imagens. 
Baseando-se em Kant e na teoria construtivista de Piaget, a leitura é concebida como compreensão e interpretação, apreensão de informações, seletividade e reconstrução do objeto. 
Numa visão construtivista, a leitura é uma atividade complementar à produção, ou seja, para apropriar-se de um determinado objeto de conhecimento o sujeito constrói representações e interpreta-as. 

As representações possuem algumas propriedades dos seus referentes e excluem outras. O que foi excluído, no entanto, ressurge na interpretação, no ato de leitura. 

Assim, ler não é decifrar, “não equivale a reproduzir com a boca o que o olho reconhece visualmente” (Ferreiro, 1985, p.85). 
Isto porque a atividade de leitura supõe a compreensão do modo de construção, seja de um texto seja de uma imagem. 

Ler uma imagem seria, então, compreendê-la, interpretá-la, descrevê-la, decompô-la e recompô-la para apreendê-la como objeto a conhecer (Pilar, 1993)

Tal qual acontece nos textos verbais, acontece nos textos imagéticos; conhecer códigos (letras, palavras do texto escrito) possibilita a leitura e o entendimento, compreensão do texto; na imagem o conhecimento dos elementos visuais (da imagem), símbolos, procedimentos e contextos nos auxiliam na apreensão/compreensão do discurso ou da narrativa da imagem que se lê (que se deseja atribuir significado).

LEITURA FORMAL 

Para realizarmos uma leitura ou análise formal de uma produção artística, é preciso observar cada detalhe de sua gramática articuladora, ou seja, como se articulam os elementos, os símbolos e os códigos que fazem parte de sua estrutura e sua composição. (1)

ARTES VISUAIS 
● Ponto 
● Linha 
● Forma 
● Plano 
● Superfície 
● Textura 
● Volume 
● Luz e sombra 
● Cores 
● Relação entre figura e fundo
 
DANÇA 
● Qualidades do movimento 
● Peso 
● Fluência 
● Tempo 
● Espaço 
● Coreografia 
● Espaço cênico 
● Relações do corpo com o som e o silêncio 
● Figurino 
● Cenário

MÚSICA 
● Ritmo 
● Melodia 
● Harmonia  
● Altura 
● Duração 
● Timbre 
● Intensidade 
● Partitura 
● Instrumentos 
● Voz 
● Sons corporais

TEATRO 
● Texto dramático 
● Encenação 
● Tipo de palco 
● Plateia 
● Figurinos 
● Cenário 
● Sonoplastia 
● Gestos

As perguntas mais importantes que devemos nos fazer ao iniciarmos a tentativa de leitura de uma imagem são:

1) O que podemos ver? O que está explicito na obra? Seus elementos, formato etc.
2) É sobre o quê? Existe a possibilidade de identificarmos o "assunto" da obra?
3) O que ela diz para quem a observa, frui? 
4) Qual é a relação da obra com o mundo? (modif. Padilha, 2012)

Ainda segundo Padilha (2012), toda obra de arte, seja pintura, escultura, vídeo ou fotografia, por exemplo, tem em si suas próprias qualidades. Estas nos darão informações quando estivermos lendo uma imagem. Para entendermos essas qualidades precisamos olhar para as características formais da obra, em termos de linhas, tons, cores, espaço e massa, por exemplo. Ao olharmos para suas propriedades físicas, como para seus materiais e processos, aprofundaremos nossa compreensão do objeto artístico. 
Os materiais da arte moderna abrem espaço para um arranjo ilimitado de cores, texturas e tipos de pintura. Os artistas saíram de um tempo em que os estilos ditavam as cores e o modo de proceder, como as cores e até o formato da tela, por exemplo para pintura de marinas (paisagens do mar, porto etc). 


O que significa F, P e M?

Figura
Normalmente utilizado para representar retratos ou figuras. Estas telas são muito solicitadas porque são muito versáteis se não formos muito claros sobre o que queremos representar.

Paisagem 
Como o seu nome indica, este formato foi concebido para representar fundos e paisagens, tem uma medida mais alongada do que a série de figuras.

Marinas 
Este é o formato mais alongado em termos de tela, é utilizado para representar paisagens nas quais queremos mostrar a linha do horizonte acima dos elementos do primeiro e segundo planos.(totenart)

Os materiais escultóricos e suas técnicas seguiram os mesmos caminhos. No começo do século XX, artistas como Marcel Duchamp apresentavam em galerias, de maneira simples e corriqueira, objetos comuns como obras de arte. Desde então os artistas incorporaram a liberdade em seus procedimentos, e essa postura se estendeu no uso muitos tipos de materiais, alguns que nem são do campo da arte, possibilitando a realização da arte moderna e contemporânea de acordo com as suas ideias. 
A arte contemporânea pode ser produzida praticamente com qualquer material, filme e vídeo, objetos achados, comida, móveis, ar (gases). Esses materiais  afetam a história e associações que eventualmente possamos, expandindo o nosso entendimento da obra. (modif. Padilha, 2012).


LEITURA FORMAL

Cores

Que cores o artista usou? Por que ele usou essas cores? Como essas cores estão organizadas? Quais efeitos elas criam?

Formas

Que tipo de formas encontramos na obra? Formas arredondadas, retas, pontiagudas, pontilhados? Que ou quais efeitos elas criam?

Símbolos

Que tipo de marcas e símbolos o artista usa? Que efeitos eles têm? Eles fazem parte da nossa cultura? O que significam?

Superfície

Com o quê a superfície parece? Que tipos de texturas podemos ver? Qual, quais efeitos elas criam?

Escala

Qual é o tamanho real dessa obra? Ela é grande? Suas dimensões originais são muito diferentes das dimensões da reprodução que estamos vendo? Faria alguma diferença se ela fosse maior ou menor? Será que há algum motivo para o artista ter escolhido esse tamanho?

Espaço

Podemos encontrar na obra sensação ou ilusão de espaço ou profundidade? Há preocupação com isso?Como as formas são colocadas no espaço? Há simetria? Como é o movimento das formas no espaço?

Materiais

Com que materiais essa obra foi feita? São materiais tradicionais ou “encontrados”? Como seria nossa reação diante a obra se o artista tivesse usado materiais diferentes? Quais associações ou conotações os materiais usados carregam? Você é capaz de identificar todos os materiais usados pelo artista olhando para a reprodução?

Processo

Como essa obra foi feita? Foi o artista que a fez ou ela foi fabricada? Que tipo de habilidade esteve envolvida no processo de produção da obra? Aconteceram fortes mudanças ao material enquanto a obra foi feita? Conseguimos ver na obra pronta indícios de seu processo de construção?

Composição

Como a obra está organizada? Como é a proporção dos elementos apresentados? A obra apresenta semelhanças ou contrastes? As formas no espaço parecem seguir uma organização ou estão desorganizadas? Parece haver um planejamento ou não?



Uma outra forma de iniciar tentativa de interpretação é buscar na obra um tema, um motto ou motivo condutor. Por exemplo uma leitura temática da obra.

Conteúdo

O que é a obra? Ela é sobre o quê? O que está acontecendo? Podemos imaginar um enredo? A obra foi inspirada em alguma obra literária (literatura mundial, nacional, mitológica, religiosa etc.)?

Mensagem

Depois de fazer uma descrição atenta da obra, o que podemos especular sobre o que o artista quis dizer? Que tipo de mensagem ele tentou passar? O que esta obra representa?

Título

O que o artista quis dizer com esse título? Ele muda o jeito como vocês vêm a obra? Vocês dariam outro título para ela?

Tema

Qual é o tema desse trabalho? Ele apresenta mais de um tema? Qual será que foi a inspiração do artista para fazer essa obra?

Tipo / Gênero

Há alguma relação dessa obra com os gêneros tradicionais da História da pintura (mesmo que a obra em questão não seja uma pintura), como por exemplo, o nu, a paisagem, o retrato ou a pintura de natureza morta?


Ao respondermos esses questionamento, podemos nos aproximar de um entendimento mais profundo da obra e seu motivo ou temática, pelo menos para cada um que a contempla. 


LEITURA INTERPRETATIVA 

A leitura interpretativa prevê as relações que se traça entre a produção artística e o espectador. 
Quanto mais se conhece da obra, mais precisa será a leitura interpretativa. 
Portanto, é importante que o espectador se informe sobre o contexto do tema/conceito, o contexto em que a obra foi produzida, a biografia do artista, a linguagem, o estilo e a poética pessoal do autor. 

A partir de então, o espectador estabelece diálogos entre a obra e suas próprias vivências, potencializando suas habilidades de leitura e interpretação da obra, do tema abordado e, consequentemente, do mundo. 

VAMOS TENTAR ENTÃO? 

O ideal seria se pudéssemos estar frente a frente com a obra original da artista Tarsila do Amaral. Mas para nosso propósito, de uma aproximação de uma leitura da obra vamos usar as imagens disponível na internet.

1)

Morro da Favela. Tarsila do Amaral, 1924
Óleo sobre tela, 64,5X66,0 cm
Fase Pau Brasil (1924 a 1928): o homem trabalhador, o tempo do campo, apresenta um Brasil mais rural, que estava se industrializando, que recebe muitos europeus refugiados.

Morro da Favela. Tarsila do Amaral, 1924
Óleo sobre tela, 64,5X66,0 cm

Questione-se

1) Que elementos da paisagem e personagens foram representados?
2) Em que suporte eles foram representados?
3) Eles foram representados de forma realista, isto é, buscando semelhança com o mundo "real"?
4) Que tintas (guache, óleo etc.) foram utilizadas?
5) Quais as cores predominantes?
6) Que tipos de linhas e figuras geométricas podem ser identificados?
7) Como foi o trabalho com a luz? É muito ou pouco iluminado?
8) E em relação ao movimento? Tem movimento na obra como se percebe?

Sobre a artista: Tarsila do Amaral (1/set/1886 - 17/jan/1973)

● Nasceu Capivari, interior de SP em 01 setembro de 1886.
● De origem abastada, viveu sua vida como herdeira de grandes propriedades rurais e seu privilégio econômico facilitou seu acesso à cultura e à educação. Cresceu rodeada de sete irmãos e pais cultos. Aprendeu a tocar piano e a falar francês ainda na infância. Já adolescente, foi estudar na cidade de São Paulo no Colégio Nossa Senhora de Sion e, anos mais tarde, em 1902 vai à Espanha para concluir seus estudos no colégio Sacré Couer de Barcelona, onde se inicia nas artes. 
● Em junho de 1922, depois da Semana de Arte Moderna, volta ao Brasil para "descobrir o modernismo" no país.
● Conhece os escritores Mário de Andrade (1893-1945), Oswald de Andrade (1890-1954) e Menotti del Picchia (1892-1988), e com eles e Anita Malfatti funda o Grupo dos Cinco;
● A partir de 1933, seu trabalho passa a ter uma aparência mais realista.
● Influenciada pela mobilização socialista, pinta, no mesmo ano, quadros como Operários e 2ª Classe, que apresentam uma preocupação com as mazelas sociais;
● Pintora e desenhista.
● Influenciada por vanguardas europeias, especialmente pelo cubismo, cria um estilo próprio, explorando formas, temáticas e cores na busca por uma pintura de caráter tipicamente brasileiro.
● Explora as cores e formas e a luz tropical. 
● Tinha uma historia de vida da elite paulista
● Brasilidade nas cores e formas. 
● Marginalização das pessoas pobres
● A realidade das pessoas vulneráveis, (dos pretos pós abolição)
● Segregação dos pretos pobre
● Expulsão para periferia
● Busca de um local para viver: periferias, ladeiras, morro, locais insalubres
● Inova sua influencia do cubismo: cores mais fortes, luz tropical
● Retrato do cotidiano de uma vida simples, um tempo diferente da metrópole.
● Diferente da vida no centro da megalópole de SP e RJ
● Qual a visão de mundo dessas pessoas durante a transformação social da cidade.
● Ela passa uma ideia de um embelezamento da cidade com jardins
● Mostra a miséria das pessoas que trabalhavam fazendo bicos, apesar dela não ser dessa classe social. Ela denuncia essa transformação e precarização 
● Reflexões sobre condições dignas e sustentáveis para a existência humana no planeta (coletividades, problemas sociais, relações de poder);
● O ser humano, pensado como indivíduo (integrante de grupos sociais, econômicos e culturais); como os artistas representavam esse estrato da população? Será que um artista oriundo da favela representaria dessa forma a vida na favela?
● Reflexões sobre a identidade em formação no tempo histórico e biográfico e as relações com gerações passadas e presentes; de onde viemos para chegarmos onde estamos? O que aconteceu para que esses escravizados fossem empurrados para a periferia?
● Análise sobre as situações-problemas e mudanças nos sistemas de produção e conflitos; ambiente do pós-guerra, preocupação do pais com seus produtos (visto na obra como um todo).
● Obras simples; como mostra a estruturação das casas; as casas não são pintadas dessa maneira nas favelas, não tem engenharia, nem planejamento, nem saneamento básico, nem infraestrutura para os diferentes estágios da vida (crianças, jovens, adultos e velhos)...


No alto da pintura as casas mal conseguem parar em pé, inclinadas como a vegetação.

Tela onde somente são apresentadas pessoas pretas 
Figuras simplificadas sem preocupação com a anatomia

Movimento: apenas sugerido; indicado pela diagonal que divide a tela da direita para a esquerda.

Essas casas se assemelham a uma favela?

Um jardim planificado como os do Rio ou São Paulo. 

O Modernismo brasileiro
● Surgiu na Europa, no início do século XX;
● Reformulou os parâmetros da arte para adequar-se ao contexto histórico;
● Teve nas vanguardas artísticas o auge da experimentação de formas e técnicas;
● Iniciou-se, no Brasil, na década de 1920, com a Semana de Arte Moderna de 1922;
● Possui três fases distintas no Brasil;
● Abordou a construção de uma identidade nacional no Primeiro Modernismo;
● Apresentou, no Segundo Modernismo, uma prosa realista e temas sociais;
●Abarcou a prosa de aspecto reflexivo e existencial, além de uma poesia vanguardista no Terceiro Modernismo. (brasilescola)

Contexto histórico
Ainda majoritariamente agrário, começavam a esboçar-se no país os primeiros sinais de industrialização, principalmente na capital paulista. Proclamada em 1889, a República mostrava-se uma sucessão pouco democrática das oligarquias e privilégios coloniais, agora expressos na política do café com leite. Na qual oscilavam presidentes ora mineiros, ora paulistas, mantendo-se os interesses da federação alinhados ao da burguesia industrial iniciante e dos latifundiários cafeicultores e leiteiros de ambos os estados, em clara concentração do poder na região Sudeste do país.

Características do Movimento Modernista
● Experimentação de formas e técnicas;
● Liberdade de criação;
●Frequente engajamento social propondo reflexões sobre a vida humana e o progresso;
● Interesse nas adaptações que o indivíduo sofre no mundo modificado, que se apresenta como um desafio à integridade das personagens nas obras;
● Valorização do cotidiano enquanto material para produção de arte;
●Uso de símbolos para representar as diversas camadas da realidade.(brasilescola).

2)
Título: Menino com lagartixas
Artista: Lasar Segal (1889-07-21/1957-08-02)
Data: 1924. Dimensões físicas: L61 x A98 cm; Técnica: Óleo sobre tela

Menino com lagartixas é uma das pinturas da “fase brasileira” de Segall. A denominação, dada pelo crítico Mário de Andrade, refere-se às primeiras produções do artista em nossas terras. Essa fase revela o impacto que a luz tropical, o vegetação e os tipos de negros exercem sobre sua obra criada no Brasil. Emergente do Expressionismo, Segall deixa temporariamente de lado as tonalidades baixas, ocre, cinza e preto, do período europeu e adota “uma paleta nova de cores claras e cômodas”, no dizer de Mário de Andrade. Todas as falas do verde cobrem as folhas do bananal, ao fundo, cuja exuberância é domesticada pela presença reiterada das linhas retas. No primeiro plano, uma imagem exótica que seduz o pintor e dá título à obra. (acervo). 

Lasar Segall (21/jul/1891 - 2/ago/1957) foi pintor, gravador e escultor judeu lituano e brasileiro. Sua obra deriva do impressionismo, expressionismo e modernismo. Seus temas mais significativos foram representações do sofrimento humano, da guerra, da perseguição/segregação e prostituição.

Lasar Segall (Vilnius, Lituânia, 1889 – São Paulo, São Paulo, 1957). Pintor, gravador, escultor, desenhista. Destaca-se por transitar por estilos de pintura distintos e por retratar o universo socioeconômico de pessoas menos favorecidas.

3)

"Roda da Rosa" - Edward Potthast
Pintor norte-americano (1857-1927)

Cândido Portinari. Futebol, 1935, óleo sobre tela, 97X130cm

Cândido Portinari. Roda infantil, óleo sobre tela, 39x47cm

1) Identifique o artista, sua data de nascimento, nacionalidade
2) Data de produção da obra?
3) A obra pode estar relacionada com a época quem que foi produzida?
4) Identificar vestimentas, atividades e locais retratados
5) A brincadeira das crianças retratadas tem alguma semelhança com as brincadeiras das crianças de hoje?
6) Quem voce pensa que são essas crianças?
7) As roupas delas são iguais as que se usam hoje?
8) Que brincadeiras as crianças estão realizando na representação?
9) Você já realizou esse tipo de brincadeira em algum momento de sua vida? Já viu algum hoje brincando dessa brincadeira?
10) Que brincadeiras são realizada hoje?

11) Represente por meio de colagem, desenho, pintura ou outra técnica que julguem pertinente, as brincadeiras atuais ou que voce participa hoje
12) Incluam o titulo da obra, o autor e o ano de produção.




MEMENTO













Fonte




















 

ARTE SENSORIAL

9ºANO   TERCEIRO TRIMESTRE 2024 ARTE SENSORIAL PROCESSOS DE CRIAÇÃO / MATERIALIDADE "... quem somos nós, quem é cada um de nós senão um...