sexta-feira, 24 de maio de 2024

ESTUDO DAS CORES

ESTUDO DAS CORES

As cores não pertencem aos objetos ou a luz em si, elas são resultado da interação e interpretação que o cérebro faz quando as ondas eletromagnéticas incidem em células especiais os cones e bastonetes que revestem a retina dos nossos olhos. 

Estudo da cor (1)

A cor pode ser abordada mediante a perspectiva da interação da luz com os olhos, cor-luz. 

A cor-luz, ou cores primárias RGB, também são chamadas de cores aditivas, a junção de delas, em intensidades distintas, “geram” outras cores. Adicionando as três, se a intensidade de cada uma for máxima, origina-se o branco. Novamente é importante pontuar que as luzes não se somam, pelo princípio da interdependência da luz, um feixe luminoso não colide com outro, ao se cruzarem, mantêm as respectivas trajetórias sem que haja interação. A adição é apenas uma percepção, uma mesma célula não distingue dois impulsos que a impressiona ao mesmo tempo, quando esse fenômeno ocorre entendemos o estímulo em nossas células (cone) como um novo estímulo, uma nova cor.

Ao misturarmos tintas de cores vermelha, verde e azul, obtemos uma cor que poderíamos caracterizar como marrom escuro - se absorção dos pigmentos fosse próxima de 100% veríamos o preto. Todavia, por meio das experiências já demonstradas com luzes de cores idênticas, obtemos o branco. 
Como explicar esse aparente conflito? 

Num primeiro momento, combinamos luzes, agora estamos combinando pigmentos que interagem com a luz. Essa interação resultará, em maior ou menor grau, nos fenômenos de absorção, reflexão e transmissão. Desse modo, quando misturamos um pigmento amarelo com um magenta e iluminamos a mistura com uma luz branca, enxergaremos o vermelho. Para entender esse fato devemos nos lembrar que o amarelo é resultado da adição do verde com o vermelho e o magenta, do vermelho com azul. O pigmento é amarelo porque ele absorve majoritariamente o azul, já o magenta, absorve principalmente o verde, logo, a mistura irá absorver a luz verde e a azul e refletirá o vermelho que não é absorvido por nenhum dos dois pigmentos. Para conseguir as demais cores por mistura de pigmentos devemos ter essa equação em mente, vermelho + verde + azul = branco. Outro exemplo, a cor laranja é obtida por meio da mistura dos pimentos vermelho e amarelo, desse modo, a reflexão predominante é do vermelho e com intensidade menor, do verde - lembrando que o vermelho está presente duas vezes já que o amarelo é resultado do vermelho e do verde -; essa mistura absorve o azul. O que os pigmentos fazem então, é absorver as cores, e por essa razão, as cores-pigmentos são denominadas como cores subtrativas, elas subtraem cores do espectro. As cores-pigmentos (subtrativas) também são chamadas conhecidas como CMYK (cyan, magenta, yellow e key – ciano, magenta, amarelo e a chave/preto) e não por coincidência, são usadas nas tintas de impressora. O pigmento preto representa a absorção “total”, é ausência de reflexão - não é uma cor -, ele ajuda para melhorar a percepção das demais cores quando misturadas, melhora os tons. Sendo assim, temos dois sistemas de cores: cores primárias RGB e cores primárias CMYK. Na Figura abaixo, nota-se que as cores secundárias do sistema aditivo, geram as cores primárias do sistema subtrativo, a recíproca é verdadeira.


Cores Aditivas e Subtrativas.

Teoria das cores

Existe ainda um sistema de cores anterior a esses dois e que é o sistema comumente difundido, ele é derivado da teoria das cores a Leonardo da Vince, e é conhecido como sistema RYB (Red, yellow and Blue – vermelho, amarelo e azul) usado nas artes plásticas. O vermelho, amarelo e o azul são as cores primárias, as oriundas dessas são as secundárias que, por sua vez, originam as terciárias. Embora, esse sistema cumpra excelentemente bem a sua função, o espectro de cores que por ele é fornecido é menor se comparado ao CMYK. Isso ocorre porque os cones, células visuais transdutoras de ondas eletromagnéticas, são mais sensíveis as cores RGB e as combinações delas.

Um conceito adjacente ao das cores subtrativas é o de cor complementar, ela é a cor que visualizamos quando uma das cores é absorvida/subtraída do espectro RBG, a tabela abaixo traz alguns exemplos. Essas cores são muito importantes para a análise das cores refletidas, sistema CMYK, e na química analítica, especialmente na detecção de compostos por espectroscopia UV-Vis.


Usando o conceito de cores complementares, podemos explicar a razão pela qual a água do mar é azul-esverdeado. Usando a lógica apresentada na tabela, quando a enxergamos azul-esverdeado é porque está faltando o vermelho, isso significa que a água salgada absorve principalmente o vermelho e a absorção é maior com a profundidade. Desse modo, ainda que a água seja incolor, ela retira o vermelho da luz espalhada pela atmosfera e enxergamos o azul-esverdeado. Embora o céu seja predominantemente azul, dependendo do período do dia, não significa que a luz verde e vermelha não esteja presente, essas luzes estão apenas sendo espalhadas com menor intensidade. Micro-organismos, algas e partículas também podem mudar o regime de absorção da luz e, consequentemente, alterará o padrão de cor refletida pela água.

As cores são muito importantes para nossa espécie, inclusive existem estudos psicológicos que categorizam como as cores influenciam em nosso comportamento. Embora, a Física das Cores não se preocupe com os aspectos subjetivos da percepção das cores e como essa varia entre indivíduos, certamente ela contribui muito à medida que delimita as variáveis próprias a luz e sua interação com os objetos e aquelas que não são.





Fonte

Fernando Modesto Borges de Oliveira



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