quinta-feira, 13 de junho de 2024

CURSO DE DESENHO

ORIENTAÇÃO PARA ARTE DO DESENHO



"(...) Ao que parece, duas causas, e ambas naturais, geraram a poesia. O imitar é congênito no homem (e nisso difere de outros viventes, pois, de todos, é ele o mais imitador, e, por imitação, aprende as primeiras noções (...)"
 (Aristóteles, Poética)

“Desenhar é levar uma linha para passear”
(Paul Klee)

“Antes eu desenhava como Rafael, mas precisei de toda uma existência para aprender a desenhar como as crianças”
(Pablo Picasso)

Poiesis. (...) (É) a criação que organiza, ordena e instaura uma realidade nova, um ser. Criação não é, porém, no sentido hebraico de fazer algo do nada, mas na acepção grega de gerar e produzir dando forma à matéria bruta preexistente, ainda indeterminada, em estado de mera potência.



Imaginar é, literalmente, criar uma imagem. Nesse sentido, o desenho é sempre imaginação porque a sua natureza é a criação de imagens. Por muito livre que esse exercício seja, teve sempre, contudo, condicionantes e restrições, desde os materiais aos sociais, culturais e morais. (Ferreira, 2011). 
Assim, o desenho é um dispositivo para "projetar e materializar imagens, numa superfície bidimensional, sendo passível de ser lido e entendido, logo uma expressão de um conceito.

O desenho pode ser definido como a interpretação de qualquer realidade, visual, emocional, intelectual, ou outra, através da representação gráfica em uma superfície bidimensional. Assim, subjacente a todo tipo de desenho, existe uma larga teoria e diversas técnicas para representar essa criação imagética.

O desenho pode ser dividido de diversas maneiras, uma delas divide o desenho artístico em quatro tipos básicos de desenho: desenho de memorização ou de memória, desenho criativo, desenho de observação e desenho livre. Entretanto, existem outros modos de ver e dividir o desenho como a divisão entre desenho clássico e desenho contemporâneo (superprof, 2023):

Desenho realista: é o estilo que busca retratar o mundo (coisas, objetos, pessoas e lugares) com a maior precisão de detalhes possível. Os artistas desse estilo buscavam capturar a forma, a proporção, a textura dos objetos ou das pessoas, usando métodos como o sombreamento e o esfumado para criar a ilusão do tridimensional.
Desenho clássico: estilo que remonta à tradição renascentista, caracterizado por figuras humanas proporcionais e harmônicas, seguindo os padrões estéticos clássicos.
Desenho à carvão: feito com bastões ou lápis de carvão, permite constrastes dramáticos. É muito utilizada em retratos e cenas de alto contraste.
Desenho de contorno: nesse estilo os desenhistas optam por desenhar apenas as linhas externas das formas, sem se preocupar com os detalhes. É muito utilizado para captar a essência de um objeto de maneira mais rápida.
Desenho expressionista: ênfase na emoção e subjetividade do artista. São normalmente distorcidos, abstratos e repletos de sentimentos intensos.
Desenho a grafite: um dos materiais mais comuns no desenho, por permitir uma gama ampla de detalhes e tons. Muito usado para retratos e desenhos realistas.
Desenho de perspectiva: representação tridimensional de objetos em uma superfície bidimensional, criando ilusão de profundidade e distância a partir do uso de técnicas de perspectiva.
Desenho de observação: é o ato de desenhar aquilo que se vê ao redor, seja pessoas, paisagens ou a natureza. É comumente utilizada para aprimorar a percepção visual.
Caricatura: são desenhos de rostos com exageros em características físicas ou traços de personalidade de uma pessoa, criando algo humorístico.
Desenho abstrato: caracterizado por formas, linhas e cores que não representam objetos reconhecíveis. Os desenhistas exploram a composição para desenvolver trabalhos que provocam emoções.
Desenho Digital: em uma era totalmente tecnológica, os desenhos não poderiam escapar de ir por esse lado. Muitos artistas usam os tablets gráficos e softwares especializados para criar obras diretamente no computador. Ainda é considerado ecologicamente sustentável já que não utiliza papel ou outro material físico.
Urban Sketching: um estilo que ganhou bastante popularidade e visibilidade nas últimas décadas. Os artistas desse estilo saem para a rua e capturam cenas do cotidiano em seus cadernos. É um estilo que captura de forma rápida os momentos da vida urbana e valoriza a espontaneidade.
Desenho conceitual: amplamente usado no design de personagens para filmes, jogos e animações. Desenvolvem ideias para contar histórias e criar ambientes e personagens.
Lowbrow e pop surrealismo: influenciados pela cultura pop, quadrinhos, subculturas contemporâneas e música. Usa uma estética ousada e moderna para desenvolver composições que incorporam elementos surreais e fantásticos.
Collage digital: combina a colagem tradicional e a tecnologia para criar colagens digitais, juntando imagens e elementos diversos para criar trabalhos novos e intrigantes.
Hiper-realismo: abordagem semelhante ao estilo clássico realista, mas com um altíssimo grau de detalhes, usando de técnicas precisas para alcançar um alto nível de realismo nas criações.
Desenho surrealista: explora o imaginário e o mundo dos sonhos. Apresentam elementos fantásticos e estimulam a imaginação das pessoas. (superprof, 2023).

A concepção na qual “o desenho remete sempre à ordem do projeto” já estava presente em Aristóteles. Segundo Lichtenstein (1999), Vasari insiste na necessidade de definir a pintura por uma arte que procede essencialmente do intelecto, isto é, a arte do desenho. Aristóteles já o sugeria na Poética: ao contrário da cor, cuja beleza resulta de um impacto simplesmente material, da simples habilidade manual, e até do acaso, como o comprova a história tantas vezes citada de Protógenes, o desenho remete sempre a ordem de um projeto; pressupõe uma antecipação do espírito que concebe abstratamente e representa mentalmente a forma que quer realizar, o objetivo que quer atingir. 
Essa concepção encontra ressonância na afirmação do pintor e arquiteto italiano Federico Zuccaro, em 1607, quando afirma que o que desenho “não é matéria, nem corpo, nem acidente (...) e sim forma, concepção, idéia, regra e finalidade, em suma uma atividade superior do intelecto.” (Lichtenstein, 1999Costa, 2009, Rayck, 2016).

Assim, não existe desenho belo ou feio, certo ou errado,  superior ou inferior, mas, desenho, que ao realizar uma ideia projetada mentalmente no plano bidimensional transmite um conceito um juízo inteligível. 

Considerando o exposto e antes de avançarmos em nosso estudo e prática do desenho, vamos refletir um pouco nessa atividade e no que já ouvimos sobre desenho, “talento”, “dom para o desenho” etc…

Lembre-se que você logo depois que entrou para a escola e entre seus 8 a 12 anos, passou décadas ouvindo (e acreditando) e repetindo para si mesmo que “não sei desenhar”, que “não é um bom desenhista”, “não serve para a arte”, “desenhar é um dom que eu não tenho”. Essas marcas não saem tão facilmente e rapidamente como gostaríamos. Nosso cérebro tomou como uma verdade esses pensamentos e isso o impede de fazer até mesmo um simples esboço. 

No começo, vai ser comum achar que todos os seus desenhos estão péssimos e horríveis. Mas é importante respeitar cada fase de aprendizado e não ficar tão obcecado com a perfeição. Até porque a perfeição não existe. Sempre acharemos que podemos fazer melhor, independente do nível da sua habilidade e experiência. 

Mas lembre-se, o objetivo não é fazer o melhor desenho do mundo. E, sim, iniciar, e continuar crescendo e evoluindo cada dia um pouco mais. (Yamaguchi, 2020).

Pensando no desenho encontrei um ponto em comum com o processo do conhecimento: o processo do conhecimento científico inicia com um método; e este método inicia com a observação. Tanto o desenho como o método científico iniciam com uma observação criteriosa e posteriormente uma pergunta. 

Desenhar é um processo curioso, tão interligado ao processo de ver que seria difícil separar os dois. A capacidade de desenhar depende da capacidade de ver como um artista vê, e esta maneira de ver pode enriquecer enormemente a vida de uma pessoa. (Edwards, 1979)




Por que desenhar?

Aprender a desenhar implica em muito mais do que simplesmente pegar o lápis e papel e sair rabiscando a folha. Desenhar proporciona diversos benefícios, que ajudam no dia a dia, além de ser uma atividade prazerosa, relaxante, terapêutica e que traz grande possibilidade de carreira artística e independência financeira. (Galesso, s/d)

Aprender algo novo e se dedicar a essa atividade até alcançar um grau de maestria nos torna mais humano; especialmente aprender a desenhar. Quem desenha perde o medo de errar, desenvolve o lado direito do cérebro, eleva sua autoestima, melhora sua percepção visual, desenvolve a capacidade de observar, amplia o conhecimento sobre arte, e sobre o que você desenha, melhora seus relacionamentos (na troca com outros artistas/ desenhistas) e trabalha de forma a melhorar sua criatividade.

Na obra “Desenhando com o lado direito do cérebro” Betty Edward (1979) explica que desenhar desenvolve cinco habilidades necessárias para o aprimoramento dessa capacidade: a percepção de arestas, dos espaços, de volumes e de relacionamentos (proporção e perspectiva), por fim, também desenvolve a percepção de todo o sistema de leitura visual. Desse modo, aperfeiçoar as técnicas de desenho depende da pratica do autor. Quanto mais se pratica maior será nossa habilidade para resolver problemas inerentes a forma  e quanto mais cedo se inicia o treinamento, mais fácil é desenvolver as habilidades necessárias.

Além de todas essas razões para desenhar, ainda podemos dizer que novas realidades surgiram e foram criadas a partir de desenhos: máquinas voadoras como as de Leonardo Da Vinci, equipamentos eletrônicos, construções surreais. Tudo aquilo que imaginamos podem se tornar realidade com um simples esboço. Desenhar é tornar presente uma ideia, é uma poderosa forma de impactar positivamente o mundo e as pessoas a nossa volta!

Enfim, desenhar estimula uma área do cérebro chamada de “sistema de recompensa”. É justamente este sistema que provoca a sensação de satisfação em diversas atividades prazeirosas do dia a dia, como comer e dançar. (Yamaguchi, 2020, Roncca, 2021).

1) Fundamentos do Desenho 

Concepções de desenho nas artes visuais.
Desenho é uma forma de manifestação da arte, uma forma de expressar uma realidade ou fenômeno, uma imagem mental ou onírica, ou presentificar uma memória. 
No desenho o artista transfere para o papel, ou outro suporte plano imagens e criações da sua imaginação. 
É basicamente uma composição bidimensional, uma representação de algo tridimensional ou não, constituído por pontos, linhas, planos, volume, forma, sombra e luz. É diferente da pintura e da gravura em relação à técnica e o objetivo para o qual é criado.

Elementos básicos da linguagem visual.
Ponto, linha, forma, luz e sombra, volume, cor, textura, etc.

Desenho entre representação, observação e memória.
O Desenho de Observação apresenta conceitos básicos: Enquadramento, Composição, Perspectiva e Proporções e é, sobretudo um meio para se adquirir o domínio sobre os fundamentos do desenho sobre a percepção visual e sobre o espaço no qual se desenvolve, seja ela bi ou tridimensional. No exercício do desenho de observação desenvolve-se o pensamento analógico e concreto, o senso de proporção, espaço, volume e planos. A sensibilidade e a intuição são espicaçadas enquanto se passa a apreciar melhor os outros elementos da linguagem gráfica: textura, linha, cor, estrutura, ponto e composição (seduc s/d).

 
Desenho de Memória é uma técnica de desenho que consiste em reproduzir uma imagem a partir dos dados da nossa própria memória, sem olhar ou observar um modelo ou uma referência visual. É um exercício que estimula a criatividade, a percepção visual, a capacidade de observação e a imaginação do artista. (escolalbk)


Investigações de rearticulação entre distintos modelos visuais. 
Um modelo é uma visão simplificada de um sistema. Mostra a essência do sistema de uma perspectiva particular e esconde os detalhes não essenciais. 

Os modelos visuais auxiliam a:

 Aumentar o entendimento sobre sistemas complexos (uma árvore, uma planta, ou um fenômeno qualquer).

• Explorar e comparar alternativas de design e representação.

• Construir uma base para a implementação (construção da imagem e/ou construção 3D).

• Capturar requisitos, propriedades, ou comportamento de forma precisa.

• Comunicar uma imagem de forma inequívoca.


A origem mítica do desenho

A origem das coisas sempre fascinou as pessoas. Nos tempos antigos, eles apelaram aos mitos para explicar o surgimento de determinados fenômenos, objetos, plantas ou comportamentos. O desenho e a pintura não fogem a regra. Diferentes culturas de todo o mundo ofereceram as suas próprias histórias. 
Uma característica que partilham é que o desenho ou a pintura começaram com alguém delineando a sombra de outra pessoa. 

Por exemplo, no oriente existem lendas tibetanas e mongóis que associam esta ideia à imagem de Buda; bem como mitos indianos.


No ocidente

Na cultura ocidental, um dos escritores mais importantes da Antiguidade ofereceu a sua versão da história. Plínio, o Velho (23/24 – 79 a.C.) dedicou um livro inteiro de sua História Natural para discutir as artes. Em primeiro lugar, abordou a origem da pintura.

“A alegação dos egípcios de terem descoberto a arte 6.000 anos antes de ela chegar à Grécia é obviamente uma ostentação inútil, enquanto entre os gregos alguns dizem que ela foi descoberta pela primeira vez em Sikyon, outros em Corinto. Todos, porém, concordam que a pintura começou com o contorno da sombra de um homem; esta foi a primeira etapa, na segunda foi empregada uma única cor, e após a descoberta de métodos mais elaborados esse estilo, ainda em voga, recebeu o nome de monocromático.”

(Plínio, o Velho, sobre a História da Arte na obra Naturalis Historia, 77 AD)

Plinio, o Velho, Gaius Plinius Secundus (23 a.C - 79 d.C) em seu livro Naturalis Historia (77 d.C), no capitulo XII do livro XXV nos conta um antigo mito que dá conta de explicar a origem do desenho no mundo clássico grego, além da escultura em cerâmica. (Wanner, 2010)

Plínio, o Velho conta a lenda de Kora, filha e discípula do ceramista Boutades da cidade de Sicyon, Βουτάδης ο Σικυώνιος, sec. VII a.C. ambos viviam e exerciam sua profissão em Corinto. 

A história, conforme registrada por Plínio, o Velho, é que a filha de Boutades de Sicyon, Kora de Sicyon, namorou e apaixonou-se por um jovem estrangeiro, em Corinto onde moravam. 

Chegada a hora de seu amado partir, Kora risca em uma parede com carvão à luz de uma lamparina, o contorno da sombra de seu amado, que em breve partiria. Kora, então, pediu ao seu pai, Boutades, que a partir desse desenho modelasse em argila a cabeça do rapaz, tendo como referência o contorno do perfil traçado, para que ela pudesse ter presente, sempre a imagem de seu amado. 

Sobre esse contorno seu pai modelou o rosto do jovem em barro, que ele queimou junto com as telhas de barro que era seu ofício fazer. Assim, acidentalmente inventando o método da escultura em argila queimada.

Este modelo foi preservado no Nymphaeum em Corinto até que o general romano Lício Múmmio Acaico, Lucius Mummius Achaicus, sec. II a.C. saqueou a cidade em 146 a.C.

Devido a esta ocorrência, Boutades iniciou uma prática que é apoiada por um grande conjunto de evidências existentes: ele começou a decorar as extremidades ou bordas das telhas das calhas de chuva com máscaras de rostos humanos, primeiro em baixo relevo (protypa), depois em alto relevo (ectypa). 

Plínio acrescenta que Boutades também inventou a coloração das obras plásticas adicionando-lhes uma cor vermelha; pelas obras existentes deste tipo parece ter sido areia vermelha, ou modelá-las com giz vermelho. Diz-se também que ele inventou uma mistura de argila e hematita (ocre vermelho), ou que introduziu o uso de um tipo especial de argila vermelha. Plínio acrescenta que as figuras de terracota feitas por Boutades, foram usadas para ornamentar os frontões dos templos.(WP).

Plínio, o Velho também nos traz a história ou anedota de Zeuxis e Parrhásio, que disputaram quem seria considerado o maior pintor da Grécia. 

Zêuxis, Ζεῦξις, natural de Heraclea, foi um artista da escola Jônica de pintura, do final do século V e início do século IV aC, que viveu e trabalhou em Athenas. Zêuxis era famoso por sua capacidade de criar imagens que pareciam altamente realistas, o que atualmente é chamado de “trompe l’eoil” (engana olho ou ilusão de óptica). Nenhuma de suas obras sobreviveu, entretanto anedotas sobre a arte e a vida de Zêuxis foram frequentemente são descritas na história e na literatura da arte e na teoria da arte. Muitas das informações sobre Zêuxis nos vêm da História Natural de Plínio, o Velho, mas seu trabalho também é discutido por Xenofonte e Aristóteles. (Smith, 1880).

Uma das histórias mais famosas sobre Zêuxis centra-se numa competição artística com o artista Parrhasius para provar qual artista poderia criar uma ilusão mais vívida da natureza. De acordo com a Naturalis Historia de Plínio, o Velho, Zêuxis e seu contemporâneo Parrásio de Éfeso, organizaram um concurso para determinar o maior artista. Quando Zêuxis revelou sua pintura de uvas, elas pareciam tão reais que os pássaros voaram para bicá-las. Mas quando Parrhásio, cuja pintura estava escondida atrás de uma cortina, Zêuxis pediu que afastasse aquela cortina, a própria cortina revelou-se uma ilusão pintada. Parrásio venceu e Zêuxis disse: “Eu enganei os pássaros, mas Parrhásio enganou Zêuxis.” Esta história era comumente referida na teoria da arte dos séculos XVIII e XIX para promover a ilusão espacial e o realismo na pintura. Uma anedota semelhante diz que certa vez Zêuxis desenhou um menino segurando uvas, e quando os pássaros, mais uma vez, tentaram bicá-las, ele ficou extremamente descontente, afirmando que deve ter pintado o menino com menos habilidade, pois os pássaros teriam medo de se aproximar se o menino fosse representado com realismo.

Apreender fielmente a realidade por meio do contraste entre sombra e luz parecia para Plínio o objetivo da arte, e ele louvava, por exemplo, o “trompe-l’oeil” do artista Zêuxis. (Wanner, 2010).

Esse mito assinala uma dimensão intelectiva da prática, sugerindo que uma episteme do fazer manual já estava presente na origem ou gênese das artesanias e especialmente do desenho e da cerâmica, na Grécia no final do século VII a.C.

Este pequeno trecho trata da noção de representação do real, que, por muitos séculos, esteve sob a responsabilidade da pintura e da escultura. Manguel (2003, p. 90) observa que, na concepção de Plínio (séc. I d.C.), a narração da “história” de Zêuxis visava “mostrar como as pinturas podem comportar um espelho fidedigno do mundo”, pois o velho pensador considerava a subjetividade como algo nocivo à arte. 
O conceito de representação, portanto, embora recorrente nas teorias estéticas a partir do século XX, é uma preocupação que vem desde a Grécia antiga e ainda suscita maiores investigações, sobretudo no que diz respeito às implicações ontológicas e semióticas. (Wanner, 2010).

Além disso esse mito de origem nos diz que o desenho foi criado por uma mulher, e usando a sombra do perfil do rosto de seu amado. O perfil era a sombra, i.e., ausência de luz. 


Kora, a filha de Boutades de Sicyon, Desenhando o perfil de seu amor. Marià Fortuny (Reus, 1838 - Rome, 1874)

Jeanne-Élisabeth Chaudet, Kora Coming to Visit Her Lover’s Portrait, 1810, dos Anais do Musée et de L’école Moderne des Beaux-Arts.


Joseph Wright of Derby, The Corinthian Maid, 1782-4, National Gallery of Art, Washington, DC, USA. Wikimedia Commons (public domain).
A mulher fiel

Jean-Baptiste Regnault, A origem da pintura, 1786, Salon des Nobles du Château de Versailles, Versailles, France. Wikimedia Commons (public domain).

Joachim von Sandrart, Dibutade, 1683, Ilustração de Joachim von Sandrart, Teutsche Academie, Nurmberg, 1675.

Há muito tempo, na cidade de Corinto, na Grécia Antiga, uma jovem empregada traçou na parede o contorno do rosto de seu amante. O homem estava partindo para uma longa viagem. Então, ela descobriu uma maneira de preservar a imagem dele. Com a ajuda de uma lâmpada, ela projetou a sombra do perfil dele e usou-a como guia. E foi assim que nasceu o desenho e a pintura. Pelo menos esta é a história que Plínio, o Velho, contou em sua famosa obra História Natural. Claro, isso é apenas um mito. No entanto, ainda atrai o público. Pela primeira vez, atribui a invenção a uma mulher popularmente chamada Kora filha de Boutades de Sicyon (alguns dizem que foi em Corinto), ou Donzela de Corinto. Além disso, tornou-se um tema popular entre os artistas ocidentais entre as décadas de 1770 e 1820.(Escoto, 2023)

David Allan, The Origin of Painting (The Maid of Corinth), 1775, National Galleries of Scotland, Edinburgh, Scotland.

Eduard Daege, The Invention of Painting, 1832, Alte Nationalgalerie, Berlin, Germany. Photograph by Saiko via Wikimedia Commons. Detail.

Anne Louis Girodet Trioson, A origem do Desenho, 1829, from Oeuvres Posthumes by Anne Louis Girodet Trioson, 1829. Photographed by the author.

Joseph Benoît Suvée, Invenção da Arte do Desenho, 1791, Groeningemuseum, Bruges, Belgium. Wikimedia Commons (public domain).

David Allan, A origem da pintura (The Maid of Corinth), 1775, National Galleries of Scotland, Edinburgh, Scotland.

Bartolomé Esteban Murillo, The Invention of Painting, ca. 1660, National Museum of Art of Romania, Bucharest, Romania. Wikimedia Commons (public domain).

Nesta tela, Bartolomé Esteban Murillo colocou uma cartucha com uma inscrição em latim que se traduz como “A beleza que você admira na pintura renomada originou-se na sombra”. (Escoto, 2023).

Como podemos ver, Plínio, admitiu que várias culturas reivindicaram o feito sem ter certeza de quem o fez primeiro. Então por que as pessoas falam sobre Boutades? Para a história dela, temos que ir além deste capítulo.

Uma invenção nascida do amor

Na verdade, só depois de lermos o capítulo sobre modelagem em argila é que finalmente conhecemos os amantes. Ao traçar as origens da modelagem em argila, Plínio, o Velho, mencionou a famosa empregada coríntia. Ele não deu o nome da mulher, mas o pai dela era um oleiro chamado Boutades. Como resultado, ela comumente aparece como Kora.(Escoto, 2023)

“Ela estava apaixonada por um jovem e, quando ele estava saindo do país, traçou o contorno da sombra que seu rosto projetava na parede à luz de uma lamparina. O pai dela preencheu o contorno com argila e fez um modelo; ele secou e assou isso com o resto de sua cerâmica, e ouvimos dizer que foi preservado no templo das Ninfas, o Nymphaeum, até que Múmio saqueou Corinto. (Plínio, o Velho, dos Capítulos sobre a História da Arte do Velho Plínio).

Ao longo da história, diversas personalidades continuaram divulgando o mito. Leonardo Da Vinci, Marcus Fabius Quintilianus e Giorgio Vasari referiram-se à história em seus escritos. Alguns deles incluíam Boutades (Dibutades) e outros mencionavam apenas a sombra de um homem projetada na parede. A partir do século XVII, a sua popularidade aumentou entre os artistas ocidentais. É curioso, porém, que eles manipularam o relato para caber apenas na pintura. Eles tendem a deixar de lado a invenção da modelagem em argila de Butades, embora ele tenha sido o foco da discussão de Plínio, o Velho.(Escoto, 2023)

A Iconografia da Donzela de Corinto

A história de Kora, a donzela de Corinto ou Sikyon, sempre esteve presente. Existem numerosos exemplos de manuscritos medievais onde o seu nome se destaca. No entanto, existem poucas ilustrações antes do século XVII. Apesar disso, na década de 1770 as características básicas da cena estavam em sua maioria definidas. Existem alguns elementos que compõem a iconografia da Donzela de Corinto: um cenário clássico e os dois amantes.

Por exemplo, em 1675, o historiador de arte alemão Joachim von Sandrart (também conhecido como o “Vasari Alemão”) publicou a sua famosa Teutsche Academie, ou Academia Alemã de Artes Nobres de Arquitetura, Escultura e Pintura. Neste livro, ele incluiu uma gravura do mito.(Escoto, 2023)

Porém, numa versão posterior, encontramos outro elemento recorrente: Cupido guiando a mão de Kora (Dibutades). Este acréscimo enfatiza a ideia de que a pintura e o desenho nasceram do amor. Acrescentou também algumas peças de cerâmica para nos lembrar de Boutades, o pai de Kora, embora ele esteja ausente.

Embora Plínio tenha indicado uma lâmpada como fonte de luz, os pintores se permitiram liberdade artística neste elemento. Por exemplo, Alexander Runciman (1736-1785) retratou uma cena noturna, uma escolha que nos lembra o futuro estilo romântico. Além disso, acrescentou a inscrição: “Com amor, mestre, eis a inventora grega”. Outros levam a cena para a luz do dia, tendo o Sol como fonte de luz, ou passam da lâmparina a uma vela.(Escoto, 2023).

Mais ilustrações do mito aparecem aqui e ali. No entanto, podemos encontrar Kora ou Dibutades com mais destaque em escritos e poemas.

A ascensão de Kora (Dibutades) à fama

A fama de Dibutades atingiu o seu auge entre 1770 e 1820, especialmente na Grã-Bretanha e na França. Talvez o motivo tenham sido as múltiplas edições e traduções das obras de Plínio, o Velho, no século XVIII. Além disso, apareceu na Enciclopédia de Diderot, bem como numa tradução da Apologética de Atenágoras. Todas essas obras servem como fonte de inspiração. (Escoto, 2023).

David Allan (1744-1796) retratou essa história para a Academia de São Lucas em Roma. Seguindo o relato de Plínio, o Velho, ele retornou ao ambiente interno do estúdio de Boutades e à luz de uma lamparina a óleo, que fez grande sucesso. 
Foi gravado em metal várias vezes e George Thomas o incluiu em sua coleção selecionada de árias irlandesas originais para a voz, unida à poesia inglesa característica escrita para piano forte, violino e violoncelo, composta por Beethoven. (Escoto, 2023).

“Teu navio deve navegar, meu querido Henry, / O dia chega rápido, cedo demais, com muita certeza, / E eu, por um longo e tedioso ano, / Devo aprender a suportar sua ausência. / Venha, deixe-me com a ajuda do meu lápis / Prender a tua imagem antes que ela voe; / E como a carinhosa donzela coríntia, / Assim ganha da Arte o que o Destino nega.” (Escoto, 2023).

(William Smyth, de Robert Rosemblum, A Origem da Pintura: Um Problema na Iconografia do Classicismo Romântico, 1957).

Joseph Wright of Derby, The Corinthian Maid, 1782-4, National Gallery of Art, Washington, DC, USA. Wikimedia Commons (public domain).

A mulher fielOutro exemplo curioso é a obra encomendada por Josiah Wedgwood. Este quadro produzido por Joseph Wright de Derby (1734-1797). Wedgwood era ceramista, daí seu interesse pela história. Contudo, na pintura de Wright, o foco permanece em Kora (Dibutades), e não em seu pai. No entanto, está claro que eles estão em seu estúdio. Além disso, sua principal fonte poderia ter sido a Apologética, pois era ali que o jovem aparecia dormindo. (Escoto, 2023).

Além disso, esta Kora (Dibutades) é acompanhada por Penelope em outra tela, também criação de Wright. Parece que os britânicos do final do século XVIII gostaram do tema da mulher fiel que espera pelo seu amante. Na verdade, em ambas as obras Fido (o pastor fiel) representa lealdade. Além disso, Wright era um mestre do tenebrismo. Portanto, os ambientes escuros combinavam perfeitamente com seu estilo. (Escoto, 2023).

O poder do amor

Não podemos falar de Kora (Dibutades) sem mencionar a pintura de Jean-Baptiste Regnault. Ele a pintou em 1785 para ninguém menos que a rainha Maria Antonieta. Neste caso, ele decidiu mudar a cena para plena luz do dia. Certamente lembrou ao público o período Rococó da arte francesa. Ele também transferiu os amantes para uma espécie de Arcádia e fez deles um casal de pastores. (Escoto, 2023).

Jean-Baptiste Regnault, A origem da pintura, 1786, Salon des Nobles du Château de Versailles, Versailles, France. Wikimedia Commons (public domain).

Tal como acontece com as Kora de Wright, a Kora de Regnault não está sozinha. Nesta ocasião, ela faz parceria com Pigmalião e Galatéia. Essas histórias formam um círculo, visto que uma transforma uma pessoa em uma obra de arte, enquanto a outra transforma uma obra de arte em um ser humano vivo. Aqui podemos ver como o desenho serve como substituto do amante. Não é apenas uma semelhança, a sua essência vive nela.(Escoto, 2023)

Jean-Baptiste Regnault, A origem da escultura, ou Pygmaliao pedindo a Afrodite que anime sua escultura,  “The Origin of Sculpture or Pygmalion Praying Venus to Animate His Statue”, 1786, Salon des Nobles du Château de Versailles, Versailles, France. Wikimedia Commons (Domínio público).

Kora (Dibutades) no Salão
Um exemplo imperdível dessa história é A Origem da Pintura, de Joseph Benoît Suvée (1734-1807). Esta pintura não só foi bem recebida, mas também ganhou um lugar no Salão de Paris de 1791. Suvée voltou ao ambiente interno e escuro que os britânicos adoravam. No caso dele, o jovem amante está totalmente acordado e bastante concentrado na empregada. Além disso, há um elemento erótico, pois ele não consegue tirar as mãos dela.(Escoto, 2023)

Joseph Benoît Suvée, Invenção da Arte do Desenho, 1791, Groeningemuseum, Bruges, Belgium. Wikimedia Commons (Domínio público).

A interpretação do tema por J.B. Suvée não foi a única que conseguiu lugar no Salão. Para uma história que premia uma mulher com esta invenção, falamos apenas de artistas homens. Mas as pintoras também retrataram Kora ou Dibutades em suas telas. Em 1793, Sra. Gueret exibiu sua Kora Moderna. Mais tarde, Jeane-Elisabeth Chaudet (1767-1832) teve a sua oportunidade em 1810.(Escoto, 2023)

Jeanne-Élisabeth Chaudet, Dibutade Coming to Visit Her Lover’s Portrait, 1810, from the Annales du Musée et de L’école Moderne des Beaux-Arts. David Boeno.

Foi originalmente intitulado Kora (Dibutade) vindo visitar o túmulo de seu amante e colocar flores lá. Chaudet era famosa por suas obras sentimentais e sua representação de Kora (Dibutades) não é exceção. Ao contrário dos restantes exemplos, Chaudet mostra-nos um momento em que o jovem amante já se foi. Dibutades passa então a contemplar a silhueta. Além disso, ela acrescentou uma cesta de cravos para simbolizar o amor puro.(Escoto, 2023)

Infelizmente, ambas as obras desapareceram. A obra de Gueret foi perdida enquanto a de Chaudet foi destruída durante a Primeira Guerra Mundial. Costumava estar no Museu de Arras, na França.(Escoto, 2023)

Ainda lembrado
A partir da década de 1820, a fama de Kora desapareceu, mas nunca desapareceu completamente. Sua história continua ressoando até hoje, quando ela aparece em muitas discussões sobre artistas femininas. (Escoto, 2023).

Bernard Picart, Discovery of Sculpture, 1727, Rijksmuseum, Amsterdam, Netherlands.

Karen Knorr, The Pencil of Nature, 1994.

O desenho apesar de sua origem mítica na Grécia ou Egito, é talvez a forma mais antigas e fundamental de expressão artística, sendo uma linguagem universal que transcende culturas e períodos históricos, desde o paleolítico (30000 anos atrás). Desde os primórdios da humanidade, o ato de desenhar tem sido utilizado para comunicar ideias, contar histórias, expressar emoções, invocar imagens sagradas e representar o mundo ao nosso redor. O desenho é uma linguagem universal, e o mundo é um desenho continuamente se desdobrando, se transformando e evoluindo ante nossos olhos. 

Lascaux, França. (WP)

Caverna de Lascaux, França. (Fonte: Jack Versloot)

Mapa da caverna de Lascaux, França. 

Caverna de Chauvet, França. (G1)

DESENHAR

Podemos perceber que todo desenho carrega um resquício deste gesto fundacional, desde a formação latina da palavra Desenho. 

Esse vocábulo nos vem de “designare”, cujo núcleo morfológico quer dizer “marcar, apontar, traçar por fora, no entorno”, e signare, de signum, “sinal”, “marca”, sua etimologia carrega o sentido da “marca”, evocando a linha que Cora desenhou no entorno da sombra de seu amado.

Esse recurso etimológico sugere também o “desenho” como sendo o risco, ou traço que contorna um objeto; e que o assinala. Ao transformar um objeto em “signo”, o desenho o registra em forma, e opera uma substituição: a troca da presença do objeto por um signo indicativo. 

Deduzimos nisto uma relação intrínseca com desígnio: aquilo que se “aponta” ou “projeta”, cuja realização está no devir (não se manifestando de imediato). Em termos práticos para o desenhista: toda linha deve ser construtiva, esquemática, rítmica, apenas indicativa do sombreamento que virá depois, a posteriori.

O desenho pode ser representação, que para Pitkin (1967), significa tornar presente, ou parentear, presentificar algo que esta ausente na bidimensionalidade, uma abstração em um objeto, ou por meio dele, como ocorre quando uma virtude surge encarnada na imagem de certo rosto; substituir um objeto (real) por outro (sua representação).


Desenhar é uma habilidade artística que se melhora praticando, é uma arte divertida de se aprender e que pode se tornar um ótimo passatempo. 

No início, a qualidade dos desenhos pode parecer um obstáculo, podendo o resultado parecer primitivo e infantil. 

Quase sempre acredita-se precisar de aulas profissionais para fazer algo bom, de qualidade e até profissional, mas não é verdade. 

Desenhando apenas por diversão, podemos economizar dinheiro e melhorar nossas habilidades. 

Para iniciar o desenho devemos fazer esboços, nos apropriar dos elementos que formam o a figura. Esses elementos iniciam com o ponto e as linhas (curtas, longas, espessas, tênues, curvas, etc.) sombreados (hachurados e esfumado) e figuras usando formas geométricas e praticando o máximo possível, sempre.

O desenho como toda expressão inteligível inicia pelos elementos básicos da linguagem visual: o ponto, a linha, a superfície, a luz e a sombra, o volume e a cor. 

Elementos básicos da linguagem visual

Além de iniciarmos com os elementos básicos da linguagem visual, todo desenho também pode ser resumido em suas formas básicas que são o círculo, o triângulo e o quadrado, tão simples e desprezadas pela maior parte das pessoas, que aparentemente nunca pensamos neles como formas primordiais encontradas na natureza.

Essas figuras têm muitas características relativas à própria natureza da linha, da forma, dos ângulos, dos lados, das curvas, dos planos e vale pena explorá-las segundo um método que elas mesmo nos podem sugerir a partir de seu encontro e sua observação criteriosa na natureza.


2) Introdução ao Desenho 

Experimentações de materiais gráficos e estudo de seus históricos. 

Proporções: relações espaciais. 

Desenho de observação na superfície bidimensional. 

Enquadramento e representação de planos. 

Criação de volume através de massas espaciais. 

Noções básicas de perspectiva e vistas ortogonais.


3) Poéticas do Desenho 

Desenho de Interpretação. 

Explorações dos limites dos gestos gráficos. 

Investigações de suporte e de outros objetos e categorias da arte, incluindo as experimentações tridimensionais.




Então devemos ter paciência e perseverar no desenho, os frutos logo aparecerão. 
A paciência é amarga, mas seu fruto é doce! (Jean-Jacques Russeau).




MATERIAL PARA DESENHO 

Lojas de materiais artísticos podem ser desconcertantes devido à enorme variedade de produtos, mas desenhar requer apenas alguns materiais simples geralmente pouco caros. Basicamente, precisará de papel e lápis, mas para uma aprendizagem efetiva, acrescentei outros itens. 

Papel
Qualquer papel sulfite barato e um forro feito de papel para desenho de 36 g e 27,9 x 35 cm. 

Lápis
Um lápis 2B com borracha e um lápis 4B para desenho é um 6B para sombras projetadas.

Caneta nanquim  
Uma caneta nanquim ponta fina, ou pena nanquim preto a

Marcador 
Marcador apagável de ponta fina e um marcador preto permanente de ponta fina (opcionais)

Grafite: 4B, 6B, 8B
Apontador de lápis manual é suficiente.
Um pequeno apontador
Um estilete
Uma lixa fina

Borrachas
Uma borracha de látex aquela (verde), uma borracha branca (Stadler Mars), um limpa tipos. 

Fita crepe
Um rolo 

Clipes ou prendedor de papel
Dois clipes pretos de 2,54 cm de largura ou prendedores de papel. 

Prancheta de desenho
Uma superfície firme de 38,1 × 45,7 cm que comporte o papel para desenho (A3 ou A4). Você pode improvisar usando uma tábua de corte da cozinha, um pedaço de placa de compensado ou papel cartão grosso. 

Plano pictórico
Você também pode improvisar usando um pedaço de vidro de 20,3 x 25,4 cm (será preciso prender as bordas) ou um pedaço de plástico transparente ou acetato de 20,3 × 25,4 cm, com cerca de 1,5 ml de espessura.

Visores (janelas) retangulares
Podem ser de papel cartolina preto, que tem uma boa espessura, ou de cartolina preta fina. 

Um espelho pequeno
Um espelho pequeno de cerca de 12,7 × 17,7 cm, que possa ser fixado na parede, ou qualquer espelho de parede disponível. 

Reunir esses materiais requer um pouco de esforço, mas eles serão muito úteis para agilizar sua aprendizagem. 
E importante os alunos terem a ajuda de visores e do plano de plástico da imagem, pois são essenciais para a compreensão dos fundamentos do desenho. 
Após aprender os componentes básicos da atividade, esses dispositivos não serão mais necessários. (Edwards, 1979). 



O QUE DESENHAR 

Três desenhos antes de iniciar as instruções! Geralmente levamos uma hora para fazermos os três desenhos. Fique a vontade para se manter no seu ritmo. Esses desenhos antes das instruções servem como uma medida realista do progresso de cada um.  

1) Uma pessoa desenhada de memória 
2) Autorretrato
3) Minha mão 






Fontes

William Smith (1880). A Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology: Oarses-Zygia. J. Murray. p. 1325. (1) (visitado em 16/VI/2024).

LICHTENSTEIN, Jacqueline (org). A Pintura – textos essenciais. Volume 9: o desenho e a cor. Rio de Janeiro: Editora 34, 2006. p. 12. (edisciplinas).













Desenho da figura humana 







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