ARTE INDÍGENA
7º ANO
LUA CHEIA DE JUNHO
LUA DE MILHO, LUA DE MORANGO
OU LUA DA FLORAÇÃO
11 de Junho, 2025
04h43min
Na madrugada de 11 de junho de 2025, o céu nos presenteou com a encantadora Strawberry Moon, ou Lua de milho. Essa Lua Cheia é a ultima Lua cheia do outono (no hemisfério sul) e a ultima lua cheia da primavera (no hemisfério norte). Essa Lua cheia marca um dos fenômeno mais especiais do ano arregado de simbolismo
e beleza. A Lua de milho ou Lua de morango encanta observadores ao redor do mundo com seu brilho rosa-dourado suave.
Os povos indígenas desenvolveram uma relação profunda com os fenômenos naturais do mundo ao seu redor, entre estes os fenômenos celestes, incluindo a lua cheia de junho, que eles associavam a diferentes eventos e atividades.
Para muitos grupos, sobretudo do hemisfério norte, essa lua, era conhecida como "Lua de Morango" em algumas culturas nativas norte-americanas devido à época de colheita do fruto, era um momento de fartura e marcava o início de um novo ciclo, especialmente para a agricultura e a caça. Essa lua também anunciava a chegada iminente do solstício de verão no hemisfério norte. Para os povos originários do sul, indicava a chegada do inverno que na maioria do Brasil era uma estação seca e a estação da colheita do milho
Conexão com a natureza e atividades:
Fartura e Colheita:
A lua cheia de junho, especialmente a "Lua de Morango", era vista como um período de abundância, pois coincidia com a época de colheita de morangos em algumas regiões do Hemisfério Norte.
Caça e Pesca:
A luminosidade da lua cheia facilitava a caça, pois tornava os animais mais visíveis à noite. Além disso, algumas culturas indígenas acreditavam que a lua cheia influenciava a pesca, sendo um bom momento para capturar camarão.
Ciclos da Natureza:
A lua cheia era um marco importante nos calendários lunares indígenas, que orientavam atividades como plantio, colheita e outras práticas relacionadas à agricultura e à vida cotidiana.
Eventos Astronômicos:
A observação da lua cheia e outros fenômenos celestes permitia aos indígenas identificar solstícios e equinócios, auxiliando na organização de suas atividades ao longo do ano.
Conexão com o sagrado e o mito:
Deusa Jaci:
Em algumas culturas, a lua era personificada como a deusa Jaci, desempenhando um papel importante em seus mitos e crenças.
Lendas e Contos:
A lua cheia era frequentemente tema de lendas e contos que explicavam a origem da lua, a relação entre o homem e a natureza, e outros aspectos da cosmologia indígena.
Em resumo: A lua cheia de junho, para os povos indígenas, era muito mais do que um simples evento astronômico. Era um momento de conexão com a natureza, um guia para suas atividades, um marco em seus calendários e um elemento central em suas crenças e mitos.
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Lua de morango ou Lua de milho (2).
A lua de morango é associada à paixão, romance e desejo, o que pode ressoar com o amor em todas as relações. Além disso, a Lua de morango é frequentemente vista como um fenômeno natural que celebra a beleza e a singularidade de cada fenômeno e cada indivíduo e acontecimento da natureza.
A lua de morango é última lua cheia da primavera no hemisfério norte. E está associada ao prenúncio do verão, é uma lua com a cor ligeiramente avermelhada. O nome “lua de morango” é popularizado pela cultura norte-americana, mas a sua origem é das tribos nativas do hemisfério norte, que associavam este fenômeno com o início da época de colheita de morangos silvestres (Fragaria vesca e Fragaria virginiana).
Morango silvestre (Fragaria Vesca) (timeanddate).
Lua cheia vista a olho nu. (3)
Nomes Alternativos da Lua de morango
O nome “Strawberry Moon” (Lua de Morango) tem origem nas tradições dos povos nativos norte-americanos, como os Algonquins, que associaram essa Lua Cheia ao período ideal para a colheita de morangos silvestres. Na Europa, ela também era chamada de “Lua Rosa” ou “Lua do Mel”, ligada a festivais do solstício de verão. Era a lua onde as espécies se encontram formam ninhos e produzem filhotes, é um tempo de fartura, de folhagens verdes e flores e esperança.
Ao longo do tempo, diversas culturas deram diferentes nomes às 12 luas cheias do ano. Geralmente, esses nomes não se referem à cor da Lua, mas a atividades comuns realizadas nessa época. A lua de morango no hemisfério norte tinha também outros nomes, como:
• Lua da Floração (povo Anishinaabe). Refere-se à estação das flores.
• Lua do Milho Verde (povo Cherokee) e Lua da Enxada (Abenaki Ocidental). Indicam que é hora de cuidar das plantações jovens.
Outros nomes destacam que este é um período de nova vida:
• Os Tlingit usavam o termo Lua do Nascimento, referindo-se à época em que certos animais nasciam no noroeste do Pacífico.
• Já os Cree a chamavam de Lua da Postura de Ovos ou Lua dos Filhotes, indicando a temporada de nascimento de muitos animais.
• Em junho, a cultura indígena brasileira celebra as colheitas, o retorno do sol e outras tradições que honram os ancestrais, iniciando na lua cheia de junho, já que nesse mês no norte do Brasil inicia a estação mais seca do ano.
• Festivais como "Plantar na Mata", "Festa dos Pingorós" (a Festa dos Pingorós, ou "Festa da Colheita", é uma tradição ancestral do povo Karão Jaguaribara, que celebra a fertilidade da terra e os presentes das chuvas através de rituais e festividades. A celebração, que ocorre em junho, é marcada por danças, músicas, comidas típicas e troca de conhecimentos entre a comunidade, reafirmando a importância da natureza e da cultura indígena), e a celebração das Pleyades (Batí) marcam este mês, com fogueiras, danças, comidas típicas e rituais que conectam os povos indígenas à natureza e à sua espiritualidade.
Festivais e Tradições Indígenas em Junho
• Colheita e Agradecimento:
Muitas comunidades indígenas realizam festas para agradecer pela fartura da colheita, com celebrações que incluem danças, comidas típicas e rituais.
Celebração do Sol:
• A volta do sol do inverno, (no solstício de inverno, em 20 de junho, o Sol inicia sua volta para o hemisfério Sul) também é um momento de celebração para algumas etnias, com rituais e festas que buscam o equilíbrio entre o homem e a natureza.
Esses nomes revelam como diferentes povos observavam a natureza e integravam seus ciclos à vida cotidiana.
Lenda ligada a lua cheia de junho
Há muito tempo, contam os índios Tembé, da Amazônia, havia uma grande aldeia nas margens do rio Capim, no estado do Pará. Nessa aldeia vivia um cacique que tinha uma filha muito bonita, olhos negros e cabelos lisos e longos, chamada Flor da Noite. Ela gostava de ficar às margens do rio, observando o pôr-do-sol. Em uma noite de lua cheia, a índia adormeceu na praia e foi acordada por um grande barulho que vinha do rio. Então, um rapaz saiu da água e eles passaram a namorar em todas as noites de lua cheia. O rapaz, porém, era um boto cor-de-rosa e, depois de engravidar Flor da Noite, nunca mais voltou. A índia deu à luz a três botos e, embora triste, ela decidiu soltá-los nas águas do rio, para que eles não morressem. Assim, quando sentem saudades da mãe, os três botos unem-se à procura dela, saltando sobre as águas, sempre na lua nova e na lua cheia, fazendo uma grande onda que se estende até as margens do rio, derrubando árvores e virando barcos.
Essa fábula, na verdade, narra o fenômeno da pororoca, o estrondo provocado pelo encontro do rio com as ondas do mar, durante o período da maré alta, e mostra que esses índios já conheciam a relação entre as fases da lua e o ciclo das marés. "O conhecimento indígena sobre o movimento dos astros, as fases da lua e sobre as constelações é muito semelhante à astronomia de culturas antigas, ágrafas, que faziam do céu o esteio de seu cotidiano, tais como os sumérios e os egípcios, antes de criarem seus sistemas de escrita", conta Germano Bruno Afonso, físico e etnoastrônomo do Museu da Amazônia. Esse conhecimento era transmitido por meio de histórias e mitos, como o da pororoca.(4)
Por Que Essa Lua é Especial?
Além de seu nome poético, a Strawberry Moon, ou Lua do Milho de 2025 trará consigo uma energia de renovação e abundância. Em muitas culturas, essa Lua simboliza fertilidade, prosperidade e celebração da natureza em seu auge, pois 9 dias depois, ocorrerá o solstício de verão.
No hemisfério Sul, é o tempo que antecede o solstício de inverno. Nesse dia o sol “para” na latitude do Trópico de Câncer, i.e., o Sol inicia sua longa jornada de volta para o hemisfério Sul. Assim, desperta a esperança que o inverno, apesar de estar iniciando, haverá um futuro com primavera e verão, perfumadas pelas flores, que produzem muitos frutos e caça em abundância.
O indígenas brasileiros celebram a Gratidão pelas conquistas da primeira metade do ano.
Renovação de energias, aproveitando a vibração do verão (no Hemisfério Norte) ou da chegada do inverno (no Hemisfério Sul).
É um tempo de festividades para celebrar agradecer a colheita e suplicar aos deuses e aos ancestrais, por um novo ciclo natural com mais fartura, já que no Brasil essa é uma época de maior seca no norte e frio intenso no sul.
Manifestação de desejos, especialmente relacionados ao amor e criatividade.
ATIVIDADE
1) Crie um desenho que celebra a Lua de morango ou Lua de milho na cultura dos povos originários.
2) Faça um desenho que mostre o fenômeno da lua cheia de junho e ligue com as festividades juninas no Brasil.
3) Crie um desenho que narra a historia de Flor da Noite a indígena que namorou um boto.
P.S.: Use todo conhecimento que desenvolvemos no primeiro trimestre: são os componentes básicos que constituem uma imagem bidimensional, formando a base para a expressão visual. Estes elementos, incluindo o ponto, a linha, a forma, a cor, a textura, entre outros, são fundamentais para criar um desenho, seja ele artístico, técnico ou gráfico.
Elementos do Desenho
Ponto
Unidade básica de uma imagem, ponto de partida para a criação de linhas e formas.
Linha
Sequência de pontos que define um traçado, pode ser reta, curva, contínua, tracejada, etc.
Forma
Espaço delimitado por linhas, pode ser geométrica (círculos, quadrados, triângulos) ou orgânica (formas naturais).
Cor
Atributo visual que percebemos através da luz, pode ser usada para expressar emoções, criar contraste e adicionar profundidade à imagem.
Textura
Sensação visual ou tátil que percebemos ao observar a superfície de um objeto ou desenho, pode ser lisa, rugosa, granulada, etc.
Tom
Escala de valores de cor, desde o mais claro (branco) ao mais escuro (preto), influenciando a luminosidade e o contraste do desenho.
Direção
O sentido em que uma linha ou forma está orientada, como horizontal, vertical, diagonal, etc.
Escala
Relação entre o tamanho de um objeto no desenho e seu tamanho real, influencia a proporção e o impacto da imagem.
Dimensão
Espaço que uma forma ocupa em três dimensões, pode ser usada para criar a ilusão de profundidade.
Movimento
Sensação de fluidez ou dinâmica que pode ser criada através da combinação de linhas, formas e cores, dando a impressão de que a imagem está em movimento.
Estes elementos, combinados de forma criativa e consciente, permitem que o desenhista construa imagens ricas e expressivas, seja para fins artísticos, técnicos ou comunicativos.
Fonte