segunda-feira, 20 de maio de 2024

ARTE E COMUNICAÇÃO

ARTE E COMUNICAÇÃO


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Fonte das imagens: 1,2,3,4 giphy

Richard Hamilton (1922 - 2012), O que Exatamente Torna os Lares de Hoje Tão Diferentes, Tão Atraentes?, 1956, colagem. 

Arte e comunicação 
Contextos e Práticas / Elementos da linguagem

1) Arte e Publicidade
2) Análise/Leitura de imagens
3) Artistas diversos
4) Criação artística 
5) Técnica artística


ARTE

Palavra de origem latina, ars, artis, significa técnica, habilidade natural ou adquirida, maneira de ser ou de agir. 
E pelo grego τέχνη, téchhe: no mundo grego antigo, a atividade artística não era entendida exclusivamente como uma habilidade para criar algo estético. 

Na verdade, no sentido mais antigo, para os gregos, a palavra techne estava relacionada ao vínculo mestre-discípulo, e portanto, era um aprendizado, uma construção ao longo do tempo.

O mestre conhecedor de uma habilidade manual transmitia uma série de ensinamentos a um discípulo para desenvolver sua capacidade ou destreza. 

Esta ideia apresenta um quadro de referência geral, pois tudo o que sabemos foi ensinado previamente por alguém que dominava o conhecimento da área.

Em suma, a palavra téchne está conectada a tudo que se refere à transmissão do saber humano, da qual inclui uma importante gama de disciplinas: gramática, medicina, desenho, pintura, cerâmica, escultura, arquitetura, gastronomia, música, dança entre outros (modif. de etimologia).


COMUNICAÇÃO

A comunicação, do latim communicatio.onis, que significa "ação de participar", é um processo que envolve a troca de informações entre dois ou mais interlocutores por meio de signos e regras semióticas mutuamente entendíveis. Trata-se de um processo social primário, que permite criar e interpretar mensagens que provocam uma resposta.

É a ação de transmitir uma mensagem e, eventualmente, receber outra mensagem como resposta.

Os elementos da comunicação são:

Emissor (ou remetente): a fonte da mensagem, que codifica e envia a informação.

Receptor (ou destinatário): a pessoa ou entidade que recebe e interpreta a mensagem.

Mensagem: a própria informação ou conteúdo transmitido pelo emissor.

Canal: o meio pelo qual a mensagem é transmitida, como voz, texto, imagem etc.

Código: o conjunto de símbolos e regras utilizados para codificar e decodificar a mensagem. Pode incluir linguagem, sinais etc.

Contexto: o ambiente ou a situação em que a comunicação ocorre, influenciando a interpretação da mensagem (redalyc).


PUBLICIDADE

Publicidade é um meio de comunicação em massa, com fins comerciais, direcionado a usuários de um produto ou serviço. Tem como significado geral divulgar, tornar pública uma ideia ou fato. A palavra “publicidade” vem do latim, do vocábulo: publicus, público, o que é visível, conhecido por todos. 
Anúncios publicitários têm seu papel importante: eles servem para divulgar produtos, serviços e marcas, com o objetivo de estimular as relações comerciais. Que linguagem, e elementos da linguagem visuais e estilos da arte são usados pela publicidade? Todos, eventualmente.   

A arte e a publicidade percorrem as ruas, as mídias analógicas e digitais e até mesmo dividem espaço em museus e exposições.


1) Arte e publicidade

A arte é um fenômeno vinculado à natureza do humano, desejo de expressar uma ideia, proposição de um conceito, expressar sentimentos. 

Já a publicidade, e o publicitário cumprem o papel mercadológico, pragmático (da comunicação direta e instantânea de uma informação), porém também social e cultural, de propagar e diferenciar os produtos e serviços do mercado e seus valores de marca (de outros alternativos), utilizando-se de artifícios artísticos, tal como o artifício estético.

Embora a arte e a publicidade aparentemente tracem caminhos divergentes, a arte seria o resultado de uma manifestação espontânea, expressão pessoal e íntima do artista, e a publicidade seria uma atividade inscrita no capitalismo, com fins meramente mercantis, ambas utilizam-se, muitas vezes, das mesmas técnicas e tecnologias de produção. (Berger s/d).


2) Análise/Leitura de imagens



3) Artistas diversos 

ANDY WARHOL

Andy Warhol. Brilho, 1968


Que arte poderia surgir em uma sociedade de consumo, onde as imagens definem a realidade da nossa existência? 

A pop art, de quem Andy Warhol é o grande nome, foi o movimento artístico que não buscava analisar o contexto cultural, mas se mesclar a ele. E para se mesclar, buscava na publicidade a sua inspiração. De lá saem os seus duplos, seus simulacros de realidade.

Ninguém melhor que a pop art entendeu que o objeto em si já não era importante, mas sim a sua imagem

Mais ainda, o desejo que aquela imagem despertava

E ninguém mais que Andy Warhol entendeu que o que estava nas prateleiras dos supermercados, no cotidiano daquela nova sociedade baseada no consumo-desejo [ou desejo-consumo] era o que tinha de mais real e de maior ligação entre a arte e a vida.












Andy Warhol 

Andy Warhol, Andrew Warhola Jr.; Pittsburgh, 6 de agosto de 1928 – Nova York, 22 de fevereiro de 1987; foi um artista visual, diretor de cinema, produtor e figura de destaque do movimento artístico internacional chamado Pop Art. 

Suas obras exploram a relação entre expressão artística, publicidade e cultura de celebridades que floresceu na década de 1960 e abrangem uma variedade de mídias, incluindo desenho, pintura, serigrafia, fotografia, filme e escultura

Algumas de suas obras mais conhecidas incluem as serigrafias Campbell's Soup Cans (1962) e Marilyn Diptych (1962), os filmes experimentais Empire (1964) e Chelsea Girls (1966) e os eventos multimídia conhecidos como Exploding Plastic Inevitable (1966–67).

Pop art ou Arte pop é um movimento artístico surgido na década de 1950 no Reino Unido, mas que alcançou sua maturidade na década de 1960 nos Estados Unidos. 

A criação do nome desta “escola” estético-artística coube ao crítico britânico Laurence Alloway (1926 - 1990). 

Uma das primeiras, e mais famosas imagens relacionadas a esse estilo, que de alguma maneira se tornou seu paradigma foi a colagem de Richard Hamilton (1922 - 2012), intitulada: “O que Exatamente Torna os Lares de Hoje Tão Diferentes, Tão Atraentes?”, de 1956. 

A Pop art propunha que se admitisse a existência de uma crise na arte que assolava o século XX, e desta maneira pretendia demonstrar com suas obras a massificação da cultura popular capitalista
Procurava a estética das massas, tentando achar a definição do que seria a (cultura pop), aproximando-se do que costuma chamar de kitsch.

• A pop art teve como maiores influências, os movimentos artísticos como: 

Surrealismo 
Dadaismo ou Dada 
kitsch 

• Contestavam a visão de que arte não estaria ligada à vida cotidiana.


• Principais nomes da Pop Art

Richard Hamilton
Andy Warhol
Roy Lichtenstein
James Rosenquist
Allen Jones
Peter Blake e








4) Criação artística 





5) Técnica artística 



Elementos da linguagem artística 

Ponto, linha, forma, cor, textura, tom, direção, escala, dimensão, movimento
Esses elementos da linguagem artística são as bases, segundo Dondis (1997) para rabiscar, esboçar, desenhar, pintar, projetar, construir, esculpir ou gesticular, resultando numa imensa variedade de imagens.


Para Wong (1998) o desenho tem como base elementos da linguagem visual, e esses elementos não seguem nenhuma regra em termos de organização visual, conforme ocorre na linguagem falada e na escrita, e que cada estudioso interpreta-as conforme o seu modo de ver. 
Nesse sentido, o autor apresenta suas teorizações sobre o tema de modo sistemático, preciso e concreto, enfatizando a objetividade e deixando de lado a ambiguidade. (Piekas,2015)

Segundo Wong, os elementos de desenho são fundamentais para a existência de qualquer imagem e que, individualmente podem parecer abstratos, mas que ganham sentido no conjunto

Estes podem ser divididos em quatro grupos: 

1) Elementos conceituais 
Ponto, linha, plano e volume

2) Elementos visuais 
Forma (Formato), tamanho, cor e textura

3) Elementos relacionais 
Direção, posição, espaço e gravidade e 

4) Elementos práticos 
Representação, significado e função

Ostrower (1983, p.65), identifica apenas cinco elementos da linguagem visual, necessários para a elaboração de "todas as obras de arte", ou seja, elementos como 
linha, 
superfície, 
volume, 
luz e 
cor 
compreendem a base da "imensa variedade de técnicas e estilos." 

Exemplo de um dos elementos da linguagem visual: linhas.

Elementos da linguagem visual (1)

Essa autora faz uma comparação do elemento visual com a palavra e, semelhante ao pensamento de Wong (1998), a sintaxe das duas linguagens operam de maneira diferente. 

Segundo Ostrower: 

Ao contrário de palavras, os elementos visuais não têm significados preestabelecidos, nada representam, nada descrevem, nada assinalam, não são símbolos de nada, não definem nada - nada, antes de entrarem num contexto formal. Precisamente por não determinarem antes, poderão determinar tanto depois”. (OSTROWER, 1983, p.65, Piekas,2015).

Do ponto de vista desta autora, o elemento visual não tem um significado por si só, é apenas um traço gráfico, entretanto, tentar saber qual o lugar que esse elemento ocupa dentro de uma estrutura espacial, qual a sua função em determinada composição possibilita perceber o seu significado dentro do conjunto.

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ARTISTAS DIVERSOS

Alex Vallauri (Asmara, Etiópia, 1949 – São Paulo, São Paulo, 1987). Grafiteiro, artista gráfico, gravador, pintor, desenhista, cenógrafo. Conhecido como o mestre do grafite no Brasil, Vallauri caracteriza-se como um artista revolucionário. Conectado com seu tempo, desenvolve seu trabalho incorporando o kitsch e a arte pop, fazendo dos muros cinzas de grandes cidades a sua principal tela, a partir de diferentes técnicas, entre elas, o estêncil.

Chega ao Brasil em 1965, com 16 anos, estabelecendo-se com a família em Santos, no litoral de São Paulo. Nessa época, inicia-se em xilogravura e produz registros gráficos de alto contraste, cujos temas são personagens do porto, como estivadores e prostitutas. 

O artista logo se destaca: é premiado no Salão de Arte Jovem, de Santos, em 1968, e realiza sua primeira exposição individual, em 1970, na Associação Amigos do Museu de Arte Moderna de São Paulo (AAMAM/SP). No ano seguinte, já morando na capital paulista, forma-se em comunicação visual pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e, dois anos depois, torna-se professor de desenho de observação e livre expressão da mesma escola.

Na década de 1970, o artista desenvolve uma linguagem gráfica que evoca a pop art. 
Elabora xilogravuras de grandes dimensões que ganham o espaço público, como Boca com Alfinete (1973). Objetos e o corpo humano, ou fragmentos dele, são temas privilegiados dessas intervenções. 

Especializa-se em litografia no Litho Art Center de Estocolmo, Suécia, em 1975, e passa dois anos viajando por algumas cidades da Europa, onde tem contato com a arte que vinha sendo produzida nos grandes centros, como a pintura mural e as instalações urbanas. Em 1977, participa da 14ª Bienal Internacional de São Paulo com uma projeção de imagens de arte urbana colecionadas por ele, nomeada "Ao Alcance de Todos", evidenciando o pensamento de Vallauri que fundamentaria sua obra.

De volta ao Brasil, e dando continuidade à exploração de uma iconografia que remete à cultura de massa dos anos 1950, a partir de 1978, inicia sua produção em grafite, sendo reconhecido como seu precursor no Brasil. Usando o estêncil, concebe personagens que remetem aos das histórias em quadrinhos, apropriando-se de algumas de suas figuras conhecidas, como o personagem Mandrake, de Lee Falk (ca. 1911-1999), e, em especial, às pin-ups.

O primeiro grafite de Vallauri a estampar os muros de São Paulo é a sua famosa bota preta de salto alto. Desde então, seus desenhos passam a figurar em diferentes pontos da cidade, tornando-se ícones reconhecíveis por seus habitantes e visitantes. Seguindo a mesma estética da bota, surgem também as luvas, que apontam para uma direção aleatória, e os biquínis de bolinhas. Nas palavras do próprio artista, sua intenção é "enfeitar a cidade, transformar o urbano com uma arte viva, popular, de que as pessoas participem, acrescentando ou tirando detalhes da imagem”2.

Mais do que enfeitar a cidade, seus desenhos são atos de resistência de um artista que acredita no potencial comunicativo da arte e que, por isso mesmo, defende que ela deve estar em todo lugar para todos. De acordo com o curador de arte João Spinelli, nessa época, o grafite ainda tem um caráter subversivo, sendo “caso de polícia”. Os desenhos são feitos de madrugada e apagados na manhã seguinte, reaparecendo, pelas mãos insistentes de seu autor, dias depois,em outros lugares3.

A subversão de Vallauri está também no conteúdo que marca sua obra. Sem ser panfletário, ainda segundo Spinelli, o artista produz trabalhos com posicionamento político a partir de elementos lúdicos, pois, para ele, a crítica à ditadura militar, vigente no Brasil à época, tal como era feita por partidos políticos e ativistas, já não chegava ao povo. Boca com Alfinete (1973) é um exemplo desses trabalhos, assim como seus grafites com um telefone vermelho fora do gancho, em referência ao telefone vermelho de Moscou como uma “ameaça” comunista, e araras com balões dizendo “já, já, já”, em alusão ao movimento Diretas Já, pela volta da democracia.

Na década de 1980, sua arte passa a estampar outros lugares. Em 1982, Vallauri muda-se para Nova York, onde cursa artes gráficas no Pratt Institute até 1983. Nesse período, realiza uma série de grafites pela cidade, em pontos incomuns, como Soho, Greenwich Village e Broadway. Esses se diferenciam tanto na paisagem que se tornam referência da cidade, sendo posteriormente reproduzidos em cartões-postais.

Em 1985, apresenta, na 18ª Bienal Internacional de São Paulo, a instalação A Festa da Rainha do Frango Assado, uma reunião dos grafites com os quais vem trabalhando aliados a objetos, simulando uma casa repleta de ícones da sociedade de consumo. A ironia da obra reside na concepção de um espaço de frivolidades com base em uma cenografia precária, apontando para o caráter descartável da modernidade. Mais uma vez, Vallauri se destaca pelo caráter inovador do trabalho, tanto na temática abordada — uma mulher que sai de um picnic no Glicério, uma região marginalizada de São Paulo, para os grandes espaços de arte — quanto na técnica empregada — a instalação foi a grande novidade dessa bienal.

A contribuição de Alex Vallauri para as artes plásticas brasileiras e para o grafite, em especial, é, senão imensurável, bastante importante, sendo uma referência incontornável para a arte que se propõe a questionar padrões sociais e o próprio status da arte, de forma lúdica e acessível. O dia 27 de março foi instituído como Dia Nacional do Grafite, em homenagem ao artista.(enciclopedia)












Alex Vallauri chega ao Brasil em 1965 e estabelece-se em Santos. Nessa época, produz registros gráficos de alto contraste, cujos temas são personagens do porto, como estivadores e prostitutas.

Na década de 1970, já em São Paulo, Vallauri desenvolve uma linguagem gráfica evocativa da pop art, elaborando xilogravuras de grandes dimensões que ganham o espaço público, como Boca com Alfinete (1973), de evidente teor político. Objetos e o corpo humano - ou fragmentos dele - são temas privilegiados dessas intervenções.

Em fins dessa década, e dando continuidade à mesma exploração de uma iconografia que remete à cultura de massa dos anos 1950, adota o graffiti como linguagem, concebendo personagens que remetem àqueles das histórias em quadrinhos e, em especial, às pin-ups. O stencil é largamente empregado. Também se apropria de figuras conhecidas das histórias em quadrinhos, como o personagem Mandrake, de Lee Falk. As imagens são transferidas para o papel e ganham o espaço da arte postal e dos livros de artista.

Em 1985, apresenta na Bienal Internacional de São Paulo a instalação A Festa da Rainha do Frango Assado, uma reunião dos graffiti com os quais vinha trabalhando aliada a objetos, simulando os ambientes de uma casa repleta de ícones da sociedade de consumo. A ironia da obra se mostra nessa concepção de um espaço de frivolidades com base em uma cenografia absolutamente precária, apontando para o caráter descartável da modernidade.











Notas

1. Moldes de papelão com máscaras que recebem tinta em spray.

2. Alex Vallauri ao alcance de todos. Bienal, 17 abr. 2013. Disponível em: http://www.bienal.org.br/post/335. Acesso em: 3 jul. 2022.

3. João Spinelli em entrevista ao Curta Artes: Alex Vallauri (Parte 1). SescTV, 2014. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YxWWvzn1N14. Acesso em: 3 jul. 2022.











Fonte 
















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