segunda-feira, 27 de maio de 2024

ELEMENTOS DA LINGUAGEM VISUAL

ELEMENTOS BÁSICOS DA LINGUAGEM VISUAL
PONTO, LINHA, FORMA E COR


As Sereias: consta que elas cantavam, mas de uma maneira que não satisfazia, que apenas dava a entender em que direção se abriam as verdadeiras fontes e a verdadeira felicidade do canto. Entretanto, pelos seus cantos imperfeitos, que não passavam de um canto ainda por vir, conduziam o navegante em direção àquele espaço onde o cantar começava de fato. Elas não o enganavam, levavam-no realmente ao objetivo.
(...) mais ai era terde demais...
 
(Maurice Blanchot, USP)



Em “Sintaxe da linguagem visual” Dondis (2000) afirma que: “(…) A caixa de ferramentas de todas as comunicações visuais são os elementos básicos, a fonte compositiva de todo tipo de materiais e mensagens visuais, além de objetos e experiências: o ponto, a unidade visual mínima, o indicador e marcador de espaço; a linha, o articulador fluido e incansável da forma, seja na soltura vacilante do esboço seja na rigidez de um projeto técnico; a forma, as formas básicas, o circulo, o quadrado, o triângulo e todas as suas infinitas variações, combinações, permutações de planos e dimensões; a direção, o impulso de movimento que incorpora e reflete o caráter das formas básicas, circulares, diagonais, perpendiculares; o tom, a presença ou a ausência de luz, através da qual enxergamos; a cor, a contraparte do tom com o acréscimo do componente cromático, o elemento visual mais expressivo e emocional; a textura, óptica ou tátil, o caráter de superfície dos materiais visuais; a escala ou proporção, a medida e o tamanho relativos; a dimensão e o movimento, ambos implícitos e expressos com a mesma frequência”. (daisyaguilera).
São esses os elementos visuais; a partir deles obtemos matéria-prima para todos os níveis de inteligência visual, e é a partir deles que se planejam e expressam todas as variedades de manifestações visuais, objetos, ambientes e experiências.

Logo, podemos iniciar com o ponto, a linha, a superfície, luz e sombra, cor e volume, que se entende como sendo os elementos plásticos básicos que formam tudo aquilo que tocamos ou vemos. Eles formam o vocabulário básico do artista e conhecê-los é poder aguçar a percepção e compreensão da obra criada.

Conhecer e saber analisar esses elementos nos auxilia na interpretação de obras visuais, a entender melhor a mensagem que o artista quer transmitir por meio do seu trabalho. A relação entre eles é o que dá às coisas as formas e os significados que possuem.


O conhecimento dos elementos da linguagem visual e de sua alfabetização ou letramento é fundamental no desenvolvimento de critérios de leitura da imagem visual e tem por objetivo ultrapassar a resposta natural dos sentidos e os gostos e preferências condicionados.

As imagens impactam de uma forma poderosa nossas emoções e atitudes em relação à mensagem por elas veiculadas, o que, consequentemente, afeta nossas decisões. 

Desta forma, os recursos visuais empregados em uma imagem estimulam nossa imaginação e nosso pensamento criativo. 

Assim, conhecer os elementos da linguagem visual  auxilia enormemente no entendimento da obra que eu mesmo produzo e em obras de outros artistas em museus e em peças veiculadas pela publicidade.

Assim como as palavras são formadas por elementos gráficos, as letras, é necessário conhecer e reproduzir cada letra para escrever palavras. E para escrever um texto inteligível se faz necessário conhecer bem as palavras, seus significados, seus usos ao longo do tempo e atualmente. O mesmo se dá com as imagens. É necessário conhecermos os elementos básicos da linguagem visual para começarmos a entender a mensagem que está plasmada na imagem.

Para isso, hoje vamos estudar alguns desses elementos que constituem a imagem. 

Vamos, então agora, iniciar o estudo dos elementos básicos da linguagem visual: 

o ponto, a linha a forma e a cor


O PONTO 

O ponto é a unidade básica de representação visual. é a sua menor unidade. É onde tudo começa. É a partir do ponto que surgem todas as outras formas. 

Quando falamos em “ponto”, podemos pensar em um ponto final (.) ou um ponto de interrogação (?) ou de exclamação (!) que fazem parte da pontuação na escrita. Podemos ainda pensar em um ponto de ônibus, em um ponto de chegada ou de partida, em um ponto de encontro... 

Esses pontos, que determinam um lugar, também são significativos.

Mas, vamos pensar no ponto ou nos pontos que usamos para realizar um desenho, uma pintura, enfim uma composição artística.

Os pontos na composição artística não têm dimensões definidas, pois se apresentam de diferentes formas. Eles podem ser redondos, ovais, quadrados, pequenos ou grandes. 

Se você usar esses recursos, conseguirá efeitos interessantes na sua produção artística. Sendo assim, podemos afirmar que um simples toque da ponta do lápis no papel forma um ponto, que pode, como falamos, variar de forma e de tamanho.

Então, chamamos de ponto gráfico aquele ponto em que sua forma e dimensão são definidas pelo artista.

Existe ainda o ponto geométrico que é usado na Geometria para determinar um lugar no plano ou no espaço.

Em Matemática, particularmente na Geometria e na Topologia, um ponto é uma noção primitiva pela qual outros conceitos são definidos. Um ponto determina uma posição no espaço. Na Geometria, pontos não possuem volume, área, comprimento ou qualquer dimensão semelhante. Assim, um ponto é um objeto de dimensão 0 (zero). Um ponto também pode ser definido como uma esfera de diâmetro zero.

Nos Elementos de Euclides, um ponto é definido como "o que não tem partes". Isto significa que o que caracteriza um ponto é a sua posição no espaço. Com o aparecimento da geometria analítica, passou a ser possível referir-se a essa posição através de coordenadas.

Em geometria, um ponto é uma idealização abstrata de uma posição exata, sem tamanho, no espaço físico, ou sua generalização para outros tipos de espaços matemáticos. Como objetos de dimensão zero (adimensionais), os pontos são geralmente considerados os elementos indivisíveis fundamentais que compõem o espaço, do qual consistem curvas unidimensionais, superfícies bidimensionais e objetos de dimensões superiores (com mais de duas dimensões); inversamente, um ponto pode ser determinado pela interseção de duas curvas ou três superfícies, chamadas de vértice ou esquina, canto (corner).

Na geometria euclidiana clássica, ponto é uma noção primária, primitiva, intuitiva, definida como “aquilo que não tem partes” nem dimensões. Os pontos e outras noções intuitivas não são definidos em termos de outros conceitos, mas apenas por certas propriedades formais, chamadas axiomas, que devem satisfazer; por exemplo, “há exatamente uma linha reta que passa por dois pontos distintos”.

Em geometria, um vértice (ou vértices) é um ponto onde duas ou mais curvas, linhas ou arestas se encontram ou se cruzam. Como consequência desta definição, o ponto onde duas linhas se encontram para formar um ângulo e os cantos dos polígonos e poliedros são vértices, i.e., pontos.(WP)

O ponto na geometria é uma das entidades fundamentais, junto com a reta e o plano, pois são considerados conceitos primários, ou primitivos, intuitivos, ou seja, só é possível descrevê-los em relação a outros elementos semelhantes ou similares​. O ponto carece de comprimento, espessura e largura. Geralmente são descritos com base nos postulados característicos, que determinam as relações entre as entidades geométricas fundamentais.(WP

Euclides inicia seus Elementos (de geometria com as seguintes definições: 

1. Ponto é aquilo de que nada é parte. 
2. E linha é comprimento sem largura. 
3. E extremidades de uma linha são pontos. 
4. E linha reta é a que está posta por igual com os pontos sobre si mesma. 
5. E superfície é aquilo que tem somente comprimento e largura. 
6. E extremidades de uma superfície são retas. 
7. Superfície plana é a que está posta por igual com as retas sobre si mesma.
(USP)

O ponto é a unidade de comunicação visual mais simples e irredutivelmente mínima; é uma figura geométrica sem dimensão, nem possui comprimento, área, volume ou qualquer outro ângulo dimensional. Não é um objeto físico. Descreve uma posição no plano, determinada em relação a um sistema de coordenadas pré-estabelecido. (WP)

⚫️
Um ponto pode ter qualquer forma, ser qualquer objeto desde que possa ser ou estar repetido e possua tamanho e forma similares, para funcionar como elemento construtivo da linguagem visual. 

Na série Crianças de Açúcar, do artista brasileiro Vik Muniz, podemos relacionar cada grãozinho de açúcar a um pontinho na tela. Juntos eles formam a unidade da imagem. As imagens são de crianças caribenhas oriundas de famílias pobres que cortam cana de açúcar nas plantações em St. Kitts.

Observe:



Crianças de açúcar

Na série Divas e Monstros, Vik Muniz usou diamantes para formar a imagens das divas do cinema, cada diamante é um ponto que forma a imagem. Nos "Monstros" ele usou caviar (ovos do peixe esturjão) para criar as imagens.

Divas e Monstros, 2005, faz parte das séries Imagens de Diamantes e Imagens de Caviar e consiste em 12 fotografias coloridas compostas de diamantes (divas) e caviar (monstros).

Vik Muniz (detalhe)


Divas de diamente. Vik Munis, 2005.

Divas de diamente. Vik Munis, 2005.

CRIANÇAS DE AÇÚCAR 




Sobre o artista
Vicente José de Oliveira Muniz, Vik Muniz, nasceu em 1961 e é um artista brasileiro que se tornou conhecido principalmente por suas obras fotográficas, apesar de também passar pelas técnicas da escultura, da colagem e da sobreposição de elementos. Seu contato profissional com o meio artístico se deu quando se mudou para Nova Iorque (New York/EUA) no final da década de 1980. É formado em Publicidade e Propaganda pela Fundação Armando Álvares Penteado, a FAAP, em São Paulo. No começo de sua obra, é fácil notar que o artista tinha como principal objetivo e motivo para realizar trabalhos na arte, instigar a indagação utilizando imagens conhecidas do meio artístico e realizando transformações em seu conteúdo. Desta forma ele faz também uma crítica ao “status quo” da sociedade contemporânea. Em suas obras são usados produtos como o chocolate, açúcar, doces, alimentos como o feijão, café, molhos de tomate e produtos cosméticos, além de materiais menos nobre como lixo, recolhido em lixões. (modif. de galeria).

Os pontos usados por Vik Muniz, nesta obra são grãos torrados de café. 


O ponto de uma perspectiva geométrica


O ponto, de uma perspectiva gráfica 

(Fonte artes)

Quanto à utilização do ponto:
Em seus trabalhos, você pode utilizar o ponto para conseguir diversos efeitos. Por exemplo como nos exercícios de contorno, delineamento, sombreamento.

1) Contornar
É pontilhar o contorno da figura.



2) Delinear 
Delinear é pontilhar o contorno e os detalhes da forma, compondo ou produzindo uma forma ou figura.



3) Sombrear
Sombrear com pontos é preencher o espaço interno, dando uma noção de volume à forma criada.





Observação: 
Este exercício pode ser feito com lápis de cor, caneta hidrográfica e caso queira usar o computador, copie esta imagem e trabalhe em algum programa gráfico (como paint, phothoshop, corel, gimp) ou use um tablet ou o smartfone e um app para desenho. Use a ferramenta de pincel para criar pontos e varie o tamanho nos outros espaços.(artesatividades)



USE ESSAS IMAGENS PARA COLORIR COM PONTOS
LEMBRE-SE QUE OS SERES VIVOS SÃO BILATERAIS, O QUE TEM EM UM DOS LADOS (D ou E) TEM NO OUTRO. ENTRETANTO, VC PODE IGNORAR ESSE FATO 
E FAZER UMA COMPOSIÇÃO À SEU GOSTO.










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VOCE CONHECE ALGUM ARTISTA QUE USA PONTOS? 


A LINHA

A partir de um ponto podemos traçar uma linha. A linha é uma sequência infinita de pontos. Essa linha deve ser entendida como força e direção e não apenas como linha de contorno. Isso quer dizer que as linhas direcionam o nosso olhar diante da imagem. Assim, elas também podem gerar sensações psicológicas como paz, agitação, etc. Na gravura do M.C. Escher como a distribuição das linhas confundem nosso olhar: ao mesmo tempo que parecem estar bagunçadas e embaralhadas, notamos que estão perfeitamente organizadas.


USOS DA LINHA NA ARTE

Linhas com tensão 

Grafismo indígena




Linhas verticais, inclinada (diagonais) e horizontal
Linhas Verticais: são linhas de força e de estrutura, hierarquia. Transmitem objetividade e confiança, mas não evocam emoções, pois são lidas como algo “frio”. Linhas inclinadas ou diagonais: linhas que transmitem movimento. Linhas Horizontais: remetem à linha do horizonte, que é imutável e estabelecida. Por esse motivo, elas passam as mensagens de imobilidade e segurança.




II. Exercício

Observe como Anders Zorn usa a linha e tente fazer algum objeto usando linhas de diversos tipos para conseguir expressar seu objetivo











Anders Zorn, artista sueco (18 de fevereiro de 1860 – 22 de agosto de 1920) que além de ter pintado óleo, fazia desenhos e gravuras. Ele use o desenho e a gravura em metal para estudar a luz e sombra antes de pintar uma tela.
A calcogravura (gravura em metal) e o desenho são ótimas opções pra quem gosta de trabalhar hachuras e sombras.


A FORMA

Uma linha fechada gera uma forma, uma massa. Ao elaborar uma obra a preocupação com a forma dos objetos representados na obra está diretamente relacionada com seu equilíbrio ou sua instabilidade. A forma piramidal, por exemplo, esta associada ao triângulo que, por sua vez, pela sua simetria (ambos os lados iguais) e por sua base maior que o topo, muitas vezes é associado à perfeição. 

Um exemplo bem conhecido é a Monalisa, de Leonardo da Vinci, onde Leonardo usa uma composição triangular para enfatizar o equilíbrio, a harmonia e a perfeição. 


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Esquema de proporções da Mona Lisa. 
(1)

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Além das formas bidimensionais, também temos formas quadradas, circulares, além de formas tridimensionais na arte. Na arquitetura por exemplo, as obras do arquiteto Oscar Niemeyer são um ótimo exemplo nesse sentido. Observe o Museu Nacional, inaugurado em 2006.



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Planetário da UFSM 
O Planetário da UFSM foi fundado em 1971, sendo idealizado pelo professor fundador e primeiro reitor José Mariano da Rocha Filho. O projeto de criação foi elaborado pelo arquiteto Oscar Valdetaro a partir de um esboço que o professor Mariano recebeu do arquiteto Oscar Niemeyer, em 1960. A cor branca da cúpula e as linhas curvas dão suavidade à estrutura da cúpula contra o fundo da paisagem.


A COR

Finalmente, a cor é o elemento agregador, o toque final de uma composição artística. Veja o branco intenso na obra acima. Não tornam essas construções mais suaves, delicadas e ao mesmo tempo grandes e imponentes?! Se fossem pintadas de preto, por exemplo, assumiriam um olhar totalmente diferente. Por isso dizemos que as cores possuem qualidade emotiva. E existe até uma ciência por trás disso sabia? 
É a cromologia, ou estudo das cores. De acordo com essa ciência pinturas com cores quentes, por exemplo, são mais alegres, intensas. Já pinturas com cores frias tendem a ser mais tristes ou retraídas.

Compare esses dois autorretratos de Frida Kahlo e veja como isso tudo faz sentido.

A) Autorretrato com vestido de veludo, B) autorretrato com flores.

Para ajudar nesta empreitada, vamos lançar mão do "Disco das cores" ou da “roda das cores”, onde estão definidas as cores primárias, secundária e terciarias e da “paleta de cores” com a classificação de cores frias e quentes.

A) Roda ou Disco de cores; B) paleta de cores quentes e frias



Cores Luz

Cores Luz e cores pigmento (fisikaos)

Quando falamos de cores, é preciso distinguir entre a cor-luz e a cor-pigmento. 

A cor-luz ou cor-energia é toda cor formada pela emissão direta de luz. Já a cor-pigmento é a cor refletida por um objeto, isto é, a cor que o olho humano percebe. A cor luz é produzida nos objetos que emitem luz, como lâmpadas incandescentes e fluorescentes, LED, monitores, lanternas, e o Sol.

Ao usarmos filtros de várias cores e iluminarmos um objeto verde com luz azul ele aparece preto para nosso olho. Isso ocorre porque ele absorve o comprimento da luz azul e não tem luz para refletir.

Ou ao iluminarmos um objeto de coloração vermelha, enquanto esse objeto não for iluminado com luz vermelha ou branca a cor o objeto ficava preta.




A cor pigmento é a cor das tintas; a cor-pigmento é a cor refletida por um objeto iluminado e percebida pelo olho humano.
O pigmento é um material, geralmente apresentado na forma de um pó, que muda a cor da luz refletida quando iluminado por uma fonte de luz; e isso se deve a absorção de todos os comprimentos de onda e a reflexão somente de uma determinada cor. 

Os pigmentos não emanam cor, mas recebem uma certa quantidade e só permitem o reflexo de certas tonalidades que o nosso olho percebe. (Delecave, 2021)

Como se pode perceber, a cor luz é o inverso da cor pigmento. Mas, em ambos os sistemas, existem as cores primárias. Elas são as cores puras, que não se decompõem. Juntas, formam todas as outras cores.

No grupo cor pigmento, historicamente as cores primárias são azul, vermelho e amarelo (sistema RYB), como Leonardo da Vinci estabeleceu em sua teoria das cores. 

Durante séculos, artistas utilizaram e continuam utilizando essas cores primárias para formar a extensa paleta empregada em suas obras.
Sabe-se hoje que o sistema RYB é cientificamente incorreto.

Atualmente, o padrão CMYK é o mais utilizado para misturas de pigmentos (ciano, magenta, amarelo e preto). 

Neste sistema padrão, as cores primárias são: ciano, magenta e amarelo. A elas se junta o preto, que serve para dar contrate. Com apenas estas quatro cores, uma impressora é capaz de criar qualquer tonalidade. 

Neste padrão, a mistura é feita de forma subtrativa. Pois, conforme adicionamos pigmentos, uma quantidade menor de cores é refletida.

Como já vimos, a combinação de duas cores primárias dá origem às cores secundárias. E a mistura de uma cor primária com uma ou mais secundárias cria as cores terciárias. (Delecave, 2021).

Características

Todas as cores apresentam três características: matiz, tom e intensidade.

Matiz é a característica que define e distingue uma cor. Azul, vermelho e amarelo são matizes. Quando misturamos, azul e amarelo, criamos outro matiz: verde. Em resumo, as cores primárias são matizes, assim como as secundárias e terciárias. A mistura de matizes dá origem a outro matiz.

Tom refere-se à maior ou menor quantidade de luz presente na cor. Ao adicionarmos preto a um matiz, ele fica gradualmente mais escuro. Essa graduação é conhecida como escala tonal. Acrescentando branco a um matiz, obtemos escalas tonais mais claras.

Intensidade tem a ver com o brilho da cor. Um matiz de intensidade alta é vívida, brilhante, como o amarelo. Um matiz de intensidade baixa é mais apagada, como as cores pastéis. (Delecave, 2021).


TEORIA DAS CORES

Toda irradiação de luz que atinge a retina em ambos os olhos passa por estruturas oculares e por processos físicos de reflexão, absorção e refração. A retina tem receptores centrais e periféricos que são chamados de cones e bastonetes. Esses fotorreceptores, através de integrações elétricas-químicas-elétricas, conduzem os estímulos pelas chamadas vias ópticas, até atingirem o cérebro na região occipital, onde serão processados como imagens

Cor é como nosso olho interpreta a reemissão da luz vinda de um objeto que foi emitida por uma fonte luminosa por meio de ondas eletromagnéticas. Corresponde à parte do espectro eletromagnético visível (400 a 700 nanômetros).




É uma percepção visual provocada pela ação de um feixe de fótons sobre células especializadas da retina, que transmitem através de informação pré-processada no nervo óptico, impressões para o sistema nervoso.  Nosso sistema nervoso possui uma área, o córtex occipital, na parte posterior do cérebro, que é uma grande parte do cérebro, e tem como função processar toda a informação elétrica e transformá-la em uma imagem, tanto com a luz preta e branca, que delimita contrastes e formas, quanto os outros estímulos que preenchem as formas com as cores.








Semelhante a um sensor de câmera digital, as células sensíveis à luz no olho, fotorreceptores, cones e bastonetes, na retina, detectam comprimentos de onda de luz dentro de intervalos específicos e em locais específicos. Essa informação então viaja pelo nervo óptico até os neurônios no córtex visual que interpretam a informação e começam a decifrar o conteúdo da imagem. 

Os pesquisadores há muito pensavam que a cor e a forma eram extraídas separadamente e depois combinadas apenas nos centros cerebrais específicos (centros superiores), mas uma nova pesquisa mostra que elas são combinadas muito antes (Anupan e cols, 2019).

Os neurônios visuais respondem seletivamente à cor e à forma ao longo de um continuum, enquanto alguns neurônios eram ativados apenas por uma cor ou forma específica, muitos outros neurônios respondiam a uma cor e forma específicas simultaneamente, ao contrário de noções estabelecidas de longa data sobre como funciona o processamento visual. 

Ao contrário do que é ensinado em sala de aula, que cor e forma são processadas separadamente no córtex visual inicial e posteriormente integradas por mecanismos desconhecidos, o que na realidade não ocorre. Vemos que o cérebro codifica cor e forma juntas de maneira sistemática e de maneira inteligente. 










Cores luz (aditivas)
As cores aditivas são aquelas produzidas pela luz, ou seja, quando a luz é emitida pelo próprio objeto. O sistema RGB (red, green e blue), usado na produção de design para web, é composto por vermelho, verde e azul, cores aditivas e primárias que definem as outras de acordo com a quantidade que possuem de cada uma delas. O seu sistema oposto é o CMY (cyan, magenta e yellow), compostos pelas cores ciano, magenta e amarelo. A junção das cores aditivas resulta em branco.(sos)

Cores pigmento (subtrativas)
As cores pigmento têm origem na absorção da luz, ou seja, quando a cor refletida é aquela não absorvida pelo objeto. O sistema RYB (red, yellow e blue), comum à indústria da tecelagem, é composto das cores primárias e opacas vermelho, amarelo e azul, que juntas, resultam em cinza. Para clareá-las, usa-se branco e para escurecê-las, usa-se preto.
As cores pigmento transparentes fazem parte do sistema CMYK (cyan, magenta, yellow e black), usado principalmente para impressão de materiais. As cores primárias aqui seriam ciano, magenta, amarelo e preto. Inclui-se o preto, pois a mistura dos três não resulta em um preto “puro”, apenas em um cinza escuro.

(1)

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EXERCÍCIOS

I) Pegue uma folha do seu caderno de Arte e siga as instruções para realizar a atividade.

1) Instruções:

✓ Usando um lápis, espalhe pontos aleatórios sobre a folha

✓ Ligue os pontos

✓ Após ligar os pontos crie formas do tamanho que desejar

✓ Escolha as cores, ou hachuras (1) que deseja utilizar, podendo usar lápis grafite 6B, lápis de cor ou giz de cera para pintar a sua obra

✓ Tente não colocar cores iguais muito próximas ou juntas, dessa forma todas as cores estarão em destaque

✓ Use a criatividade e escolha cores que possam expressar as suas emoções para colorir a sua arte.


(1) A trama ou hachura é uma técnica artística utilizada para criar efeitos de tons ou sombras a partir do desenho de linhas paralelas próximas.


2) Quais elementos visuais você utilizou para produzir sua obra e desenvolver sua criatividade? Responda em seu caderno.





Fonte


































ARTE SENSORIAL

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