sábado, 27 de setembro de 2025

COMO FAZER CARVÃO PARA DESENHO

COMO FAZER CARVÃO PARA DESENHO USADO NAS AULAS 
DE ARTE I

Como Fazer Seu próprio Carvão para Desenho

Modificado de: The Arty Teacher 

Este post do blog ARTE LIVRE explora como fazer materiais para pintura, como giz pastel oleoso e seco, pigmentos e corantes para tintas e carvão para desenho. 

Varetas de carvão já prontas para desenho.

Na prática de hoje vamos aprender uma receita fácil para produzirmos nosso próprio carvão para usarmos em nossos desenhos nas aulas de arte. 

Claro que para executar essa tarefa é necessário tomarmos bastante cuidado pois estaremos lidando com fogo que pode ser bem perigoso, caso não seguirmos regras estritas de segurança. 

O autor da receita enfatiza que seria necessário um estudo minucioso de risco para fazer essa atividade com alunos na escola, mas seria uma experiência memorável para todos. Memorável, pois além de aprender a fazer o seu próprio material estaremos aprendendo noções de ciência dos materiais, transformações químicas, decomposição, fenômenos físicos e químicos, além de noções de cuidados básicos e de segurança no trabalho. 

Introdução 

A madeira é constituída basicamente de compostos de carbono. 
Esses compostos de carbono se enquadram principalmente em três tipos distintos também chamados de biopolimeros. 
São três os biopolímeros constituintes da madeira: celulose, hemicelulose e lignina, estes formam as paredes celulares da madeira, além de água e outros compostos chamados extrativos. 
A proporção desses componentes varia entre espécies, influenciando a densidade e outras propriedades físicas da madeira. 

Celulose
É o principal material estrutural, formando fibras fortes e resistentes que dão a maior parte da massa da madeira. 

Hemicelose
Um polímero parcialmente cristalino que atua como uma matriz, aglutinando as fibras de celulose. 

Lignina
Um polímero amorfo que funciona como uma matriz ou ligante para as fibras de celulose, conferindo rigidez e resistência à madeira. 

Água
A água está presente na composição da madeira, e seu teor pode variar. 

Extrativos
São compostos orgânicos como taninos, resinas e ceras, responsáveis por características como cor, cheiro e a resistência a fungos e insetos. 

Diferenças básica entre espécies

As proporções de hemicelulose, lignina e extrativos variam de acordo com o tipo de madeira. Por exemplo: 

Madeiras macias (resinosas) 
Madeiras macias como pinho e cedro, o salgueiro, tendem a ter mais extrativos, o que lhes confere odor característico. 

Madeiras duras (folhosas)
Madeiras duras como carvalho, o pinheiro brasileiro, a laranjeira e nogueira, apresentam maior teor de hemicelulose e lignina. 

Todos esses três biopolímeros são constituídos de moléculas cuja base é o carbono. Para transformamos a madeira (e todos os seus biopolimeris de carbono) em carvão vegetal, devemos usar um processo conhecido como “pirólise”. 

A palavra pirólise, vem do grego antigo, πῦρ pyr, fogo e λύσις, lýsis, separação, quebra. Logo, a pirólise é um processo que envolve a separação de ligações covalentes na matéria orgânica (os biopolímeros) por decomposição térmica dentro de um ambiente inerte sem oxigênio.

Podemos dizer também que é o processo de decomposição térmica de materiais em temperaturas elevadas em uma atmosfera inerte. Esse processo envolve uma mudança na composição química.

Em termos mais simples, para obtermos carvão, ou seja carbono, é preciso pegar um pouco de madeira, colocá-la em um recipiente quase herméticamente fechado e, em seguida, aquecer o recipiente até que tudo dentro dele, exceto o carbono, tenha evaporado.

Material e método 

Para isso você vai precisar:

1) Madeira: Pode ser vara ou graveto. Vime é recomendado, mas não pode estar verde demais. É necessário remover a casca com uma faca afiada. Seja o que for que usar, ela irá reduzir para cerca de metade do diâmetro.

2) Recipiente metálico: Uma lata de tinta nova e vazia ou uma lata de café são ideais.

3) Martelo e prego para fazer furos na tampa do recipiente.

4) Areia.

5) Fogo: Pode ser uma churrasqueira, um fogão a lenha ou qualquer coisa que seja grande o suficiente para cercar seu recipiente com brasas quentes.

Método: Como proceder 

1) Encha um quarto de um recipiente (uma lata metálica por ex.) com areia e corte as varas ou gravetos de madeira para que caibam dentro desse recipiente.

Lata com 1/3 de areia.

2. Encha o recipiente com areia até cobrir os gravetos completamente.

Recipiente com os gravetos  com a areia. 

3. Faça alguns furos na tampa do recipiente com um martelo e um prego.

4. Coloque o recipiente na vertical ou na horizontal e cubra-o completamente com lenha ou carvão.

Lata coberta com carvão em uma churrasqueira. 

5. Acenda o fogo na churrasqueira ou a lareira. Mantenha o recipiente cercado por brasas para que o calor seja distribuído uniformemente.

Fogo aceso. Deixar queimado por 40 a 60 min dependendo da quantidade de gravetos. 

6. Quando o recipiente estiver frio, você pode abri-lo, mas com cuidado pois a areia dentro do container ainda pode estar quente.

Depois de be frio abrir a lata  despejar com cuidado o conteúdo sobre um jornal. Guardar a areia e o carvão pronto para ser usado. 

Quando tudo estiver completamente frio, despeje a areia e as varetas (agora carvão) em um jornal. Separe o carvão da areia.



Use o jornal para despejar a areia de volta no recipiente para reutilização.

NOTA
Você pode repetir o processo usando a mesma areia várias vezes, mas o recipiente pode sofrer desgaste após cerca de três usos, pois com calor ocorre a oxidação do metal da lata tornando-a frágil e quebradiça. 




Fonte 

























sexta-feira, 15 de agosto de 2025

TINTAS E PIGMENTOS PARA ARTE

TINTAS PARA GRAVURA
1. XILOGRAVURA


"Todo mundo sabe o que é fazer uma impressão, todo mundo sabe fazer, todo mundo, um dia ou outro, a fez, nas marcas dos passos sobre a areia da praia, nos dedos manchados de tinta ou em frottages de moedas sobre uma folha de papel".
Georges Didi-Huberman (1997).


Breve história da Xilogravura:
Origem, evolução e uso contemporâneo (1)

A xilogravura é uma das técnicas de impressão mais antigas do mundo, consistindo na gravação de imagens em uma matriz de madeira, que depois é entintada e pressionada sobre papel ou tecido. Sua história atravessa séculos e culturas, desde usos religiosos até a arte contemporânea.  

1. Origem e surgimento da xilogravura  

China (século V a X d.C.)  

• A xilogravura surgiu na China, onde era usada para imprimir padrões em tecidos e, posteriormente, textos e imagens.
• O livro mais antigo impresso com essa técnica é o "Sutra do Diamante" (868 d.C.), descoberto na Caverna de Dunhuang (1). O Sutra do Diamante foi impresso pela primeira vez em 868 d.C. Essa impressão, feita na China, é considerada o livro impresso datado mais antigo do mundo. O texto foi impresso em blocos de madeira entalhada, a xilogravura. No próprio livro consta a data de sua impressão dia 11 de maio de 868 d. e seu autor/editor: Wang Jie. O Sutra do Diamante é um texto budista importante e essa impressão é considerada um marco na história da impressão.

Japão (Século VIII em diante)

• No Japão, a técnica da xilogravura continuou sendo desenvolvida e associada à produção de Ukiyo-e "retratos do mundo flutuante" popularmente conhecido com "estampa japonesa" (3, 4). Katsushika Hokusai (1760-1849) e Utagawa Hiroshige (1797-1858) (2) durante o Período Edo (6,7)  (séculos XVII–XIX) (8) usaram perspectivas inovadoras, mudanças na luz e no clima, bem como atividade humana para envolver os espectadores em seus projetos paisagísticos.

Europa (Século XIV – Renascimento)

• A xilogravura chegou à Europa por meio do comércio com o Oriente e foi usada inicialmente para iluminuras religiosas e cartas de baralho.
• No século XV, serviu para ilustrar livros impressos (como a Bíblia de Gutenberg) antes da popularização da gravura em metal.
• Artistas como Albrecht Dürer elevaram a técnica a um nível artístico, criando obras-primas como "O Apocalipse" (1498), uma série de quinze xilogravuras datadas de cerca de 1496-1498 do mestre alemão Albrecht Dürer e cujas melhores cópias existentes se encontram no Staatliche Kunsthalle, em Karlsruhe. e "Cavaleiro, Morte e o Diabo" (em alemão: Ritter, Tod und Teufel) de 1513, também de Dürer.

Albrecht Dürer. Visão de Cristo dos sete candeeiros.

Albrecht Dürer. O martírio de São João.

Albrecht Dürer. São João e os vinte e quatro anciãos no céu.

Albrecht Dürer. Cavaleiro, Morte e o Diabo (Ritter, Tod und Teufel). 1513 (9).



2. Uso Tradicional e Cultural  

Brasil (Séculos XIX–XX) 
 No Nordeste brasileiro, a xilogravura tornou-se popular através da literatura de cordel, onde ilustrava capas de folhetos.  
 Artistas como J. Borges e Gilvan Samico, Rubem Grilo, transformaram a técnica em uma expressão artística reconhecida internacionalmente. 

Rubem Grilo. Chuva. (swissinfo)

Rubem Grilo. Cavaleiro.(swissinfo)

Rubem Grilo. Rua.(swissinfo)

Rubem Grilo. Mar calmo.(swissinfo)

Rubem Grilo. A tarde.(swissinfo)

Rubem Grilo. Pescadores. (swissinfo)

Rubem Grilo. Despedida.(swissinfo)

América Latina e África 
 No México, foi usada em movimentos políticos, como nas gravuras revolucionárias de José Guadalupe Posada (calavera Catrina).  
 Em países africanos, a técnica foi adaptada para contar histórias locais e tradições orais.  

3. A Xilogravura na Atualidade  

Arte Contemporânea  
 Artistas como Franz Masereel (1, 2) (Bélgica) e Milton Dacosta (Brasil) usaram a xilogravura para criar obras expressionistas e abstratas.  
 Hoje, é valorizada por seu caráter artesanal e estética única, sendo explorada em exposições e bienais. 

Ilustração e Design  
 A técnica é usada em ilustrações editoriais, capas de livros e até em tatuagens (estilo "woodcut").  
 Designers digitais simulam o visual da xilogravura em softwares como Photoshop, mantendo sua essência rústica.  

Preservação Cultural  
• No Brasil, festivais como o "Gravura Popular" (PE) e oficinas , mantêm viva a tradição, especialmente no cariri cearense e no sertão nordestino. Também podemos citar o exemplo do Atelier Livre de Porto Alegre que ainda mantém oficinas e cursos de xilogravura em sua grade curricular.

A xilogravura é uma ponte entre o passado e o presente, desde seus primórdios na Ásia até seu uso inovador na arte moderna. Seja como ferramenta de comunicação, expressão cultural ou linguagem artística, ela continua a inspirar gerações, provando que técnicas ancestrais ainda têm espaço no mundo contemporâneo.
 

Fontes 
  
Hind. Arthur M. A History of Woodcut. 1935. Boston, Massachussets,  Houghton Mifflin Company. 

Neto, Lira. Xilogravura: A Arte do Povo. Fortaleza, CE. Gráfica e Editora Central, 2005.

Yoshiuda, Ayomi. The Complete Woodblock Print". The Complete Woodblock Prints. Quioto, Japão; Seigensha Art Publishing, Inc. 2021.

Acervos do Museu da Xilogravura. Cordel – Brasil; e Museu do Ukiyo-e (Japão).


TINTAS

Com toda essa rica história e sua duração no tempo, a xilogravura permanece sendo uma técnica de impressão que utiliza matrizes de madeira entalhadas, entintadas com um fino filme de tinta. A tinta adequada é essencial para se obter bons resultados durante a impressão. 
Aqui estão algumas receitas caseiras de tinta para xilogravura, baseadas em fontes tradicionais e técnicas artesanais.


1. Tinta a base de óleo (Tinta Gráfica Tradicional) (1)

Ingredientes

• Pigmento em pó (preto de fumo, terra natural, óxidos etc.)
• Óleo de linhaça ou óleo vegetal refinado
• Secante de cobalto (opcional, para acelerar a secagem)

Preparo

1. Misture o pigmento em pó com uma pequena quantidade de óleo de linhaça até formar uma pasta espessa.
2. Adicione óleo aos poucos até atingir a consistência desejada (nem muito líquida, nem muito pastosa).
3. Para melhor aderência, passe a tinta em um moinho de vidro ou use uma espátula para misturar bem.
4. Se necessário, adicione um pouco de secante de cobalto (2-3% do volume) para acelerar a secagem.

Fonte: Técnicas tradicionais de gravura, como descritas em "The Complete Printmaker" (John Ross, Clare Romano, Tim Ross).


2. Tinta à Base de Cera (Caseira e Econômica)

Ingredientes

• Cera de abelha ou parafina
• Óleo de soja ou óleo de cozinha
• Pigmento em pó (ex.: carvão moído)

Preparo

1. Derreta a cera em banho-maria.
2. Adicione óleo aos poucos até obter uma mistura homogênea.
3. Incorpore o pigmento e mexa bem até ficar uniforme.
4. Deixe esfriar e ajuste a consistência (se ficar muito dura, aqueça e adicione mais óleo).

Observação: Essa tinta é mais rústica e seca rápido, ideal para impressões experimentais.

Fonte: Adaptação de receitas artesanais de "Making Art Safely" (Merle Spandorfer et al.).


3. Tinta à Base de Guache ou Têmpera (Alternativa Aquosa)

Ingredientes

• Guache ou tinta acrílica
• Goma arábica ou mel (para dar liga)
• Água (para ajustar a viscosidade)

Preparo

1. Misture o guache com uma pequena quantidade de goma arábica ou mel para melhor aderência.
2. Dilua com água se necessário, mas mantenha a tinta cremosa.
3. Teste em papel absorvente antes de usar na matriz.

Vantagem: Secagem rápida e fácil limpeza, mas pode não ter a mesma durabilidade que tintas à base de óleo.

Fonte: Técnicas adaptadas de "Non-Toxic Printmaking" (Mark Graver).


4. Tinta de Terra (Natural e Artesanal)

Ingredientes

• Terra ou argila seca (peneirada) de diferentes cores ou tonalidades
• Óleo de linhaça ou cola à base de água
• Água (se necessário)

Preparo

1. Peneire a terra para remover impurezas.
2. Misture com óleo ou cola até formar uma pasta homogênea.
3. Para versões aquosas, adicione água e uma pitada de sal (como conservante).


Fonte

Kimon Nicolaïdes. (1969). The Natural Way to Draw. Técnicas ancestrais descritas em (1).

Tinta a base d'água

As tintas gráficas a base de água (tintas à base d'água) encontradas no mercado são muito práticas, principalmente por serem de fácil limpeza (com uma bucha e água corrente, ou com álcool se limpa tudo). A escolha por essa tinta também se dá por seu odor suave (semelhante ao guache), o que a torna prática para o uso em ambientes domésticos. 
No Brasil são vendidas as marcas Speedball, Lukas e Talens, de qualidades diversas: as duas primeiras têm aspecto mais líquido e a terceira é mais concentrada (exigindo o uso conjunto de glicerina líquida (g). 

As desvantagens desse tipo de tinta são: 

1. ela seca muito rápido (podendo causar desperdício e exigindo um trabalho mais ágil); 
2. Alguns pigmentos coloridos desbotam; 
3. Não permite o uso de transparências (é sempre opaca). Entretanto são boas opções para quem está experimentando a técnica.

Tinta a base de óleo

As tintas gráficas à base de óleo são em geral mais indicadas para quem quer trabalhar com xilogravura mais à fundo. O resultado da impressão com essas tintas é muito mais rico em termos de tons, cores e transparências, além de possibilitar uma maior captação dos detalhes da gravação e dos veios da madeira. Essas tintas possuem odor um pouco mais forte do que as tintas à base de água, e para limpá-las é preciso usar solventes, como aguarraz ou thinner (G), por isso é recomendável usar esse tipo de tinta em espaços bem ventilados. Uma boa dica é usar uma mistura de óleo de cozinha e detergente para limpar a tinta das mãos. Também encontramos solventes de odor mais suave, como o solvente Cromossolv, da marca Cromos. 

Tintas das marca Sakura, Speedball, Lukas e Talens, já amplamaente testadas e todas são muito boas e recomendáveis. 
A Cromos vende latas de 2kg, que duram muito quando bem conservadas (a tampa deve estar bem fechada e não se deve retirar o papel que a protege). 

Já experimentei usar a tinta base transparente para produzir tintas coloridas e o resultado foi bastante satisfatório. Para isso, deve-se acrescentar Carbonato de Cálcio (1) ou carbonato de magnésio (que dá opacidade à tinta) e o pigmento diluído em aguarrás.

Para quem tem interesse pelo preparo de tintas, desenvolvemos uma tinta alternativa à base de água, de baixo custo, e que pode ser usada em ambientes escolares. 

Para prepará-la é necessário: 

2 colheres de Goma Arábica (aglutinante); 
3 gotas de Glicerina (umidificante); 
1/2 colher de Carbonato de Cálcio ou Talco (1) (que dá consistência e opacidade) e pigmento de qualquer cor, a gosto. 

É possível usar pigmento líquido ou em pó (que deve ser diluído em álcool). Basta misturar tudo, testando as quantidades de cada ingrediente para que fique com um aspecto pegajoso. Se a tinta estiver secando muito rápido, acrescente uma gota de glicerina.

Dicas Gerais

• Teste sempre em pequenas quantidades antes de aplicar na matriz.
• Consistência ideal: A tinta deve cobrir o relevo da madeira sem escorrer.
• Limpeza: Use óleo vegetal para tintas gordurosas e água para aquosas.

Essas receitas permitem explorar a xilogravura com materiais acessíveis e baratos adaptando-se a diferentes estéticas e recursos. Boas impressões!


Tinta tipográfica

Tinta: Pigmento + aglutinante
As tintas tradicionais, ou antigas, eram e ainda são compostas por pigmentos naturais, extraídos de minerais, plantas, ossos calcinados, fuligem ou carvão, e um aglutinante, como gordura animal, clara de ovo ou resinas vegetais, que fixavam a cor ao substrato onde são aplicadas. 
Pigmentos comuns incluem ocre e óxidos de ferro para o vermelho, carvão ou ossos carbonizados (calcinados) para o preto, e o caro lápis-lazúli ou azurita para o azul, muitas vezes tóxicos e que exigiam grande habilidade para serem manipulados e usados com segurança.

A tinta tipográfica atual é uma tinta espessa, viscosa e pastosa, especialmente formulada para a impressão em relevo, como a tipografia, podendo ser utilizada na xilogravura. Ela é composta por três ingredientes principais: um pigmento que dá cor, um veículo (aglutinante) que carrega o pigmento e permite que ele se fixe no substrato, e modificadores que controlam a secagem e outras propriedades da tinta (WP).

Elaboração
A tinta tipográfica, também conhecida como tinta de impressão tipográfica (1), é um tipo de tinta projetada para ser utilizada em processos de impressão onde a imagem ou texto é transferida para o papel através de relevo. Isso significa que as áreas que serão impressas na tinta estão em um nível mais alto do que as áreas que não serão impressas, criando um efeito de relevo no resultado final. Assim, a tinta deve ser bem mais espessa e viscosa do que outros tipos de tinta, pois deve aderir bem à matriz e depois ao ser pressionada contra o suporte deve ter facilidade em se ligar ao suporte onde será depositada. 

Composição da tinta tipográfica

Pigmento 
É a substância responsável pela cor da tinta. Pode ser um pigmento mineral, orgânico ou sintético. (WP1,2,3,4).

Veículo (Aglutinante)
É o líquido que carrega o pigmento e permite que ele se fixe no papel. Geralmente é composto por óleos secativos, resinas e aditivos que controlam a viscosidade, tempo de secagem e outras propriedades da tinta.

Modificadores
São aditivos que ajudam a controlar a secagem da tinta, a sua resistência ao desgaste, o brilho e outras propriedades desejadas.

Características da tinta tipográfica

Viscosidade
A tinta tipográfica precisa ser espessa e viscosa para aderir bem ao relevo dos tipos móveis e transferir a imagem de forma nítida.

Aderência
É importante que a tinta tenha boa aderência ao papel para garantir que a impressão não borre ou desbote facilmente.

Secagem
O tempo de secagem da tinta pode variar dependendo do tipo de veículo e dos aditivos utilizados, mas geralmente é um fator importante a ser considerado na escolha da tinta.

As tintas tipográficas são diferentes de outras tintas de impressão. Cada tipo de impressão seja ela tipográfica, xilográfica, serigráfica, offset, e litgráfica, exigem tintas com características específicas para garantir um bom resultado. A tinta tipográfica, por exemplo, é mais espessa e viscosa do que as tintas offset, que são mais fluidas. Isso se deve ao fato de que a impressão tipográfica utiliza uma matriz em relevo, (por isso esse tipo de tinta pode ser usado em xilogravura) enquanto a offset utiliza um processo de transferência indireta.

Tintas para impressão offset

As tintas para impressão offset geralmente são formuladas com resinas, óleos secativos e solventes hidrocarbônicos não polares que formam vernizes de alta viscosidade. Elas são projetadas para serem utilizadas em impressoras offset, que utilizam placas planas para transferir a imagem para o papel.

Tintas para serigrafia

As tintas para serigrafia, por outro lado, são mais pastosas e amanteigadas. Elas são projetadas para serem utilizadas em telas de seda, nylon e poliéster, onde a tinta é forçada pelo rodo através das aberturas da emulsão polimerizada (stencil serigrárfico) da tela para criar a imagem no suporte ou substrato. 

(Polimerização da emulsão serigráfica: o processo de polimerização ocorre quando a emulsão é exposta à luz (geralmente luz UV) na presença de um sensibilizador, como o bicromato de amônia ou um diazo.








Fonte







Desenvolvimento histórico da xilogravura no Japão em confronto com o desenvolvimento da gravura na Europa. HASHIMOTO, Madalena Natsuko. Estudos Japoneses, 1992. 























Ross, J., Romano, C., & Ross, T. The Complete Printmaker. 2018. Routledge (2018). New York, NY.

Spandorfer, M., Merians, D., & Carroll, J. Making Art Safely: Alternative Methods and Materials in Drawing, Painting, Printmaking, Graphic Design, and Photography.
1993. Editora: Van Nostrand Reinhold. New York, NY.


Graver, M. Non-Toxic Printmaking: Printmaking Handbook. 1997. 2011 (2ª edição) Ed. A&C Black (1997). London, UK (1997).

Nota: Mark Graver é uma autoridade central no movimento de printmaking não-tóxico. Este livro é focado especificamente em alternativas seguras para as técnicas de intaglio.

Nicolaïdes, K. The Natural Way to Draw. A Working Plan for Art Study.
Ano de publicação: 1941 (publicação original). Editora: Houghton Mifflin Company. Boston, Massachusetts, EUA.





quinta-feira, 14 de agosto de 2025

COMO FAZER CARVÃO PARA DESENHO

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