domingo, 14 de julho de 2024

MULHERES ARTISTAS 3

MULHERES ARTISTAS 3

MULHERES ARTISTAS 
BRASILEIRAS E LATINOAMERICANAS


Anita Malfatti (1889 – 1964)

Precursora do modernismo no Brasil e portadora de deficiência motora, Anita foi uma das artistas plásticas mais importantes do século XX.

Anita Malfatti, A Estudante, 1915. Óleo sobre tela, 76 x 61cm. Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (SP)

Vítima de uma atrofia congênita na mão direita, Anita aprendeu a escrever, desenhar e pintar com a mão esquerda.

O primeiro contato com a arte expressionista alemã em 1910, quando foi para Berlim e frequentou a Academia Real de Belas Artes. A primeira exposição individual aconteceu em 1914, em São Paulo. Uma exposição sua, Primeira Exposição de Arte Moderna no Brasil, 1917-1918, inaugurada em dezembro de 1917, deu início ao Modernismo, que tem o seu ápice na Semana de Arte Moderna de 1922. Nesta exposição, ela conheceu Mário de Andrade, que tornaria seu grande amigo. O primeiro contato, no entanto, não foi dos mais amigáveis, já que o escritor gargalhou diante de obras da artista. O Homem Amarelo, uma das obras que foi alvo da ironia de Mário de Andrade, foi adquirida por ele anos mais tarde.


Chiquinha Gonzaga (1847 - 1935)

Considerada a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil, a compositora ainda escreveu a primeira marchinha de carnaval, "Ó Abre Alas".



Chiquinha Gonzaga

Francisca Edwiges Neves Gonzaga (1847-1935), mais conhecida como Chiquinha Gonzaga, foi uma pianista, compositora e regente brasileira. Se tornou a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil combinando o popular com o erudito e ficou famosa por compor a primeira marchinha de carnaval: "Ó Abre Alas". Ao longo de sua trajetória foi fundadora, sócia e patrona da SBAT - Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, ocupando a cadeira n.º 1.
Chiquinha Gonzaga se dedicou a dar aulas de piano e compor músicas, o que a levou a se destacar como uma das mulheres mais respeitadas na música popular brasileira em uma época em que as mulheres não tinham liberdade para exercer diversos direitos. (educamaisbrasil)

Chiquinha Gonzaga: vida e carreira
Chiquinha Gonzaga nasceu no Rio de Janeiro no dia 17 de outubro de 1847 e faleceu no mesmo estado, no dia 28 de fevereiro de 1935. Apesar de ter origem humilde, recebeu a mesma educação dada às crianças burguesas da época. Assim, ela aprendeu a ler, escrever, fazer cálculos, estudou o catecismo e aprendeu a tocar piano. Ela era apaixonada por música, mas era reprimida pelo marido que a impedia de tocar piano. Ainda assim, ela deu aulas de piano e compôs ao mesmo tempo em que integrou um grupo de músicos de choro.

Foto: Adobe Stock

Chiquinha Gonzaga começou a ganhar fama em 1877, com a composição "Atraente". Suas músicas fizeram sucesso e ela recebeu vários convites de trabalho. Mas o ápice da sua carreira foi com a marcha de carnaval "Ó Abre Alas", composta em 1899 a pedido dos componentes do cordão carnavalesco Rosa de Ouro. Depois disso, suas músicas ficaram conhecidas na peça de teatro "Forrobodó", que estreou em 1912 e teve um recorde de permanência em cartaz. Em 1934, aos 87 anos, Chiquinha Gonzaga escreveu a partitura da opereta "Maria", que foi considerada como seu último trabalho. Como forma de homenageá-la, o Passeio Público do Rio de Janeiro abriga uma estátua de Chiquinha Gonzaga, obra do escultor Honório Peçanha. E em maio de 2012 foi sancionada a Lei 12.624, que instituiu o Dia da Música Popular Brasileira, comemorado em 17 de outubro, dia do aniversário de Chiquinha Gonzaga.


Ruth de Souza (1921-2019)

Sendo a primeira atriz negra a atuar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, ela se tornou referência por meio de seus papéis notáveis no cinema e no teatro.

Ruth Pinto de Souza (Rio de Janeiro, 12 de maio de 1921 — Rio de Janeiro, 28 de julho de 2019) foi uma atriz brasileira. Considerada uma das grandes damas da dramaturgia brasileira e a primeira grande referência para artistas negros na televisão por seus papéis notáveis. Ruth destacou-se por ser a primeira atriz negra a protagonizar uma telenovela na Rede Globo em A Cabana do Pai Tomás (1969) — e a segunda na televisão brasileira, após Yolanda Braga, em A Cor da Sua Pele (1965) na TV Tupi — além da primeira artista brasileira indicada ao prêmio de melhor atriz em um festival internacional de cinema, por seu trabalho em Sinhá Moça (1954) no Festival de Veneza.


Frida Kahlo (1907-1954)

Uma das principais figuras do mundo das artes, a pintora mexicana também se tornou símbolo de diversos movimentos sociais.

Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón (Coyoacán, 6 de julho de 1907 – Coyoacán, 13 de julho de 1954), mais conhecida como Frida Kahlo, foi uma pintora mexicana conhecida pelos seus muitos retratos, autorretratos, e obras inspiradas na natureza e artefactos do México, usando uma abordagem surrealista. 

Frida sofreu de poliomielite aos seis anos e, com isso, teve sequelas em uma de suas pernas, sendo chamada por outras crianças na escola de “Frida da perna de pau”. Devido à doença, também adotou o uso de saias longas, que, anos mais tarde, tornaram-se coloridas e chamativas e uma das marcas registradas da artista.

Inspirada pela cultura popular do país, empregou um estilo de arte popular naïf para explorar questões de identidade, pós-colonialismo, género, classe, e raça na sociedade mexicana.

As suas pinturas tinham frequentemente fortes elementos autobiográficos e misturavam realismo com fantasia. Para além de pertencer ao movimento Mexicayotl pós-revolucionário, que procurava definir uma identidade mexicana, Kahlo é descrita como uma surrealista ou realista mágica.

Ainda jovem, com 18 anos, sofreu um acidente de carro, quando um caminhão chocou-se com o bonde em que ela estava. Na colisão, uma barra de ferro atravessou o corpo de Frida, acertando sua pelve e barriga. Por conta do acidente, ela ficou acamada, imóvel e engessada por um período muito longo. Também foi submetida a mais de 30 cirurgias, a fim de tentar melhorar os danos e ferimentos causados pelo acidente.(mundoeducação)

Ela é conhecida por pintar sobre a sua experiência de dor crónica.
"O conceito de usar a si mesma como tema de sua obra elevaram Frida a um lugar excepcional", aponta o escritor mexicano Francisco Haghenbeck, autor do livro O segredo de Frida Kahlo. (bbc)

Nascida de pai alemão e mãe descendente de espanhóis com indígnea, Kahlo passou a maior parte da sua infância e vida adulta na La Casa Azul, a sua casa de família em Coyoacán, agora acessível ao público como o Museu Frida Kahlo. Embora tenha sido incapacitada pela poliomielite quando criança, Kahlo foi uma estudante promissora, rumo à escola de medicina, até sofrer um grave acidente de ônibus aos dezoito anos, que causou a fratura da área pélvica, cervical e outras partes do corpo. Devido a isso, ela ficou 3 meses praticamente imóvel até se recuperar de alguma forma, sendo obrigada a utilizar um colete ortopédico. Durante esse período, deitada em sua cama, ela utilizou a arte como escape e passatempo, colocando no papel toda a angústia e toda a dor que sentia. A sua obra foi marcada e tem como foco essa dor, que a acompanhou diariamente enquanto estava viva. Durante a sua recuperação, ela voltou ao seu interesse de infância pela arte com a ideia de se tornar artista em tempo integral.

Os interesses de Kahlo na política e na arte levaram-na a aderir ao Partido Comunista Mexicano em 1927, através do qual conheceu o seu colega artista mexicano Diego Rivera. O casal casou em 1929, e passou o final dos anos vinte e início dos anos trinta a viajar juntos pelo México e nos Estados Unidos. Durante este período, ela desenvolveu o seu estilo artístico, inspirando-se principalmente na cultura popular mexicana, e pintou sobretudo pequenos autorretratos que misturam elementos de crenças pré-colombianas e católicas. As suas pinturas suscitaram o interesse do artista surrealista André Breton, que organizou a primeira exposição individual de Kahlo na Julien Levy Gallery em Nova Iorque em 1938; a exposição foi um sucesso, e foi seguida por outra em Paris em 1939. Apesar da exposição francesa ter sido menos bem sucedida, o Louvre adquiriu uma pintura de Kahlo, O Quadro, fazendo dela a primeira artista mexicana a estar presente na coleção de arte do Louvre. Durante a década de 1940, Kahlo participou em exposições no México e nos Estados Unidos e trabalhou como professora de arte. Ensinou na Escuela Nacional de Pintura, Escultura y Grabado ("La Esmeralda") e foi membra fundadora do Seminario de Cultura Mexicana. A sempre frágil saúde de Kahlo começou a agravar-se na mesma década. Realizou a sua primeira exposição individual no México em 1953, pouco antes da sua morte, em 1954, com 47 anos. (WP)

Obra intitulada: Hospital Henry Ford, 1932.
A maternidade era um grande desejo de Frida que, infelizmente, não foi concretizado. A artista sofreu três abortos espontâneos devido às perfurações ocorridas em seu corpo na época do acidente. Em seu famoso e reconhecido quadro Hospital Henry Ford, Frida retrata o seu sofrimento por não ter conseguido levar a gestação até o final, mais precisamente a do seu segundo filho, no hospital em que ficou, cujo nome intitula o quadro, nos Estados Unidos.

O trabalho de Frida Kahlo como artista permaneceu relativamente desconhecido até finais dos anos 70, quando o seu trabalho foi redescoberto por historiadores de arte e ativistas políticos. No início dos anos 90, ela tinha-se tornado não só uma figura reconhecida na história da arte, mas também considerada como um ícone para o Movimento Chicano, o movimento feminista e o movimento LGBT. O trabalho de Kahlo tem sido celebrado internacionalmente como emblemático das tradições nacionais e indígenas mexicanas e por feministas pelo que é visto como a sua representação intransigente da experiência e forma feminina.


Tarsila do Amaral (1886-1973)

Responsável pelo “Abaporu”, a artista plástica se destacou ao mesclar influências cubistas à criação de uma arte genuinamente brasileira.

Tarcila do Amaral (1886-1983)

Considerada um dos nomes mais importantes do movimento modernista brasileiro, Tarsila do Amaral começou a pintar em Barcelona, na Espanha, onde concluiu seus estudos. Depois de ter se separado do marido, começou a estudar escultura em 1916, em São Paulo.
Posteriormente, Tarsila estudou também desenho e pintura. Em 1920, Tarsila embarca para a Europa, com o objetivo de estudar na Académie Julian em Paris. Dois anos depois, regressa ao Brasil para atuar entre o grupo modernista, juntamente com Anita Malfatti (artista), Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti del Picchia. Nessa mesma época, começa o seu romance com o escritor Oswald de Andrade (escritores), com quem fica até 1930. Seus quadros mais famosos são o Abaporu, de 1928, e Operários, de 1933. O Abaporu foi dado de presente de aniversário para Oswald de Andrade. Empolgado com a obra, ele criou o Movimento Antropofágico. O movimento antropofágico foi uma vertente da primeira fase do modernismo brasileiro. Seus fundadores foram a pintora Tarsila do Amaral e os escritores Oswald de Andrade e Raul Bopp. A ideia surgiu quando Tarsila pintou o quadro Abaporu, que serviu de inspiração para o marido, Oswald, idealizar o movimento.

Abaporu é uma pintura a óleo da artista brasileira Tarsila do Amaral. É uma das principais obras do período antropofágico do movimento modernista no Brasil.

Abaporu (WP)

Foi pintada em óleo sobre tela, em janeiro de 1928, por Tarsila do Amaral (1886-1973) como presente de aniversário ao escritor Oswald de Andrade, seu marido na época. O nome da obra foi conferido por ele e pelo poeta Raul Bopp, que indagou a Oswald ao ver o quadro: "Vamos fazer um movimento em torno desse quadro?".[4] Os dois escritores escolheram um nome para a obra, que veio a ser Abaporu, que vem dos termos em tupi aba (homem), pora (gente) e ú (comer), significando "homem que come gente". E também é uma referência para a criação da Antropofagia modernista brasileira, ou Movimento Antropofágico, que se propunha a deglutir a cultura estrangeira e adaptá-la ao Brasil.

Abaporu é a tela brasileira mais valorizada no mercado mundial das artes, com valor estimado de US$ 40 milhões. Esta obra foi adquirida pelo colecionador argentino Eduardo Costantini por US$ 2,5 milhões, em 1995, em um leilão realizado na Christie's. Constantini foi criador do Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (MALBA), e doou toda sua coleção para o museu, incluindo a Abaporu. Anteriormente a obra pertencia ao empresário brasileiro Raul Forbes, numa aquisição ocorrida em 1985.(WP)


Pagu (1910-1962)

Patrícia Rehder Galvão, mais conhecida como Pagu, nasceu em São Paulo em 1910. Escritora, jornalista, tradutora e desenhista foi uma das grandes mulheres do movimento modernista brasileiro, mesmo não participando ativamente da Semana Moderna de 1922.

Pagu

Militante do Partido Comunista, Pagu fazia parte também do movimento antropofágico da época, ao lado do marido Oswald de Andrade. Lutou pelos direitos trabalhistas e escreveu diversos ensaios e livros, alguns sob o pseudônimo de Mara Lobo. Chegou a morar na Liberdade, no Brás, na Aclimação e na Bela Vista, passando seus últimos dias em no Litoral, na cidade de Santos.



Lygia Pape (1927-2004)

Foi uma gravadora, escultora, pintora, cineasta, professora e artista multimídia brasileira, identificada com o movimento conhecido por neoconcretismo.

Lygia Pape (Nova Friburgo RJ 1927 - Rio de Janeiro RJ 2004)

Lygia Pape iniciou seus estudos em arte com os gravadores Fayga Ostrower e Ivan Serpa. Deixou uma obra marcada pelo abstracionismo geométrico e por uma diversificação exemplar. Uma de suas obras mais instigantes é o Livro Noite e Dia, um conjunto de 365 peças de madeira diferentes umas das outras, em tons que vão do branco ao cinza. Importante representante da arte contemporânea no Brasil, Lygia possui uma trajetória artística que se iniciou com o abstracionismo geométrico.

Lygia Pape. Ttéia 1C. (Fonte: Inhotin. 4)

Escultora, gravadora e cineasta. Estuda com Fayga Ostrower (1920 - 2001), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ. Aproxima-se do concretismo e, em 1957, depois de integrar-se ao Grupo Frente, é uma das signatárias do Manifesto Neoconcreto. No ano seguinte, concebe com o poeta Reynaldo Jardim (1926) o Ballet Neoconcreto I, apresentado no Teatro Copacabana, e, dois anos mais tarde, participa da Konkrete Kunst (Exposição Internacional de Arte Concreta), em Zurique. No fim da década de 1950, inicia a trilogia de livros de artista composta por Livro da Criação, Livro da Arquitetura e Livro do Tempo. A partir dos anos 1960, trabalha com roteiro, montagem e direção cinematográficos e faz a programação visual de filmes do cinema novo. Ainda nos anos 1960, produz esculturas em madeira e realiza o Livro-Poema, composto de xilogravuras e poemas concretos. Em 1971, realiza o curta-metragem O Guarda-Chuva Vermelho, sobre Oswaldo Goeldi (1895 - 1961). Em 1980 vai para Nova York com bolsa de estudo da Fundação Guggenheim. Sua obra é pautada pela liberdade com que experimenta e manipula as diversas linguagens e formatos e por incorporar o espectador como agente. Dessa forma, suas experimentações seguem paralelas às de Hélio Oiticica (1937 - 1980) e Lygia Clark (1920 - 1988). Após a morte de Hélio Oiticica, organiza, com o artista gráfico Luciano Figueiredo (1948) e o poeta Waly Salomão (1943 - 2003), o Projeto Hélio Oiticica, destinado a preservar e divulgar a obra do artista. Em 1990, com bolsa da Fundação Vitae, realiza o projeto Tteias, no qual combina luz e movimento. Em 2004, é fundada a Associação Cultural Projeto Lygia Pape, idealizada pela própria artista e dirigida por sua filha Paula Pape.(escritoriodearte)

Obras de Lygia Pape

Neoconcret Balet (1959) (WA)

Relief in Orange and Blue (1956) (WA)

Book of Time (1961)

Amazonino (1989) (WA)

Características do Concretismo (na literatura e artes)

O termo “arte concreta” ou concretismo, refere-se a qualquer tipo de arte abstrata que não possua referências figurativas ou simbólicas. Uma pintura abstrata cujos motivos ou formas sejam evidentemente derivados de quaisquer elementos naturais não seria considerada arte concreta: a pintura deve ser totalmente desprovida de quaisquer associações naturalistas.
 
Este termo foi introduzido pela primeira vez em 1930 pelo artista holandês Theo van Doesburg, que disse que “nada é mais concreto, mais real, do que uma linha, uma cor, um plano”. A arte concreta encontra significado apenas na sua própria forma material, e as obras de arte (normalmente pinturas e esculturas) incorporam linhas, cores e/ou superfícies planas (planos) que não representam nada. Semelhante, mas distinta da abstração, a arte concreta não retrata símbolos visuais ou ideias do mundo natural. Max Bill, um artista e designer suíço educado na Bauhaus, tornou-se o fundador e líder do movimento da arte concreta no final da década de 1930 na Europa.

Manifesto de Arte Concreta, publicado em Paris por Theo Van Doesburg.

Exemplos: 
Theo Van Doesburg. Simultaneous counter-composition, (1929-30) (1).

Friedrich Vordemberge-Gildewart. Composition Number 23 (1926) (1)

Max Bill. Four Lines of Equal Length (1946) (1)

Jean Hélion. Equilibrium (1934) (1)

Piet Mondrian. Composition with red, blue and yellow. (1930) (2)

Max Bill. Endeless Ribbon (1953-56) (2)

As principais características do Concretismo na literatura são:

1) Valorização do conteúdo visual e sonoro
2) Sintaxe visual em detrimento da discursiva
3) Banimento da estrutura formal, como os versos e as estrofes
4) Utilização de efeitos gráficos
5) O papel torna-se a tela e o artista aproveita todo o espaço
6) Defesa da racionalidade
7) Aversão ao Expressionismo
8) Rejeição ao acaso e a abstração lírica.

Concretismo brasileiro surgiu com a publicação da revista Noigandres, em 1952. Seus principais representantes são Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos.

Augusto de Campos 

Décio Pignatari (3)

Ferreira Gullar (3)

As principais características do Concretismo nas artes plásticas são:

1) Busca de precisão nas formas
2) Uso de formas abstratas
3) Influência do Cubismo
4) União entre a forma e o conteúdo
5) Defesa da racionalidade, lógica e cientificismo

Entre os representantes internacionais da arte concreta destacam-se: 
Max Bill, Josef Albers, Bruno Munari e Thomaz Maldonado. 

Os pólos europeus mais importantes são a Suíça (principalmente Zurique) e a Itália (Milão). 
No pós-guerra (pós 1945) um grande desenvolvimento da arte concreta ocorre na América Latina, sobretudo no Brasil, Argentina e Venezuela. Em Paris, devido a imigração de artistas latino-americanos, ela conquista uma hegemonia ponderável. 
Entretanto nos Estados Unidos a arte concreta foi descoberta tardiamente, sendo rebatizada com o neologismo op art

São considerados precursores internacionais da arte concreta: 
1910 – Wassily Kandinsky*; 
1912 – Giacomo Balla; 
1913 – Robert Delaunay*; 
1913 Frank Kupka; 
1915 – Kasimir Malevitsch; 
1916 – Johannes Itten; 
1916/17 – Hans Arp; 1917 – Piet Mondrian*; 
1917 – George Vantongerloo; 
1917 – Bart Van der Leck; 
1918 – Theo Van Doesburg, Manifesto do “de Stil”; 
1918 – Paul Mansouroff; 
1919 – El Lissitzky; 
1919 – Viking Eggeling; 
1920 – Sophie Taeuber-Arp; 
1921 – Kurt Schwitters; 
1922/23 – Laszlo Moholy-Nagy*; 
1923 – Paul Klee*; 
1928 – Josef Albers; 
1927 – Friedel Vordemberg-Gildewart; 
1930 – Manifesto de Arte Concreta, publicado em Paris por Theo Van Doesburg.

No Brasil, a arte concreta não é uma decorrência direta do movimento internacional. A exposição inaugural do Museu de Arte Moderna de São Paulo, denominada “Do Não-Figurativismo ao Abstracionismo”, em 1949, foi o ponto de partida das contradições entre o abstracionismo “hedonista” e o “construtivismo”. As primeiras obras de arte concreta foram apresentadas por Waldemar Cordeiro, também em 1949, no Teatro Municipal e na primeira exposição do Art Club de São Paulo. A nova visão, que iria substanciar o conceito brasileiro de arte concreta, afirmava que o Abstracionismo* era um salto qualitativo determinado, um movimento de “ruptura” que pretendia reivindicar a linguagem real das artes plásticas. Defendia a linguagem da pintura como sendo expressa por linhas e côres, sem desejar ser nem peras nem homem. A tela deveria ser vista apenas como um plano, como um espaço definido onde a composição é uma prova de dependências, onde só não é valor o que não corresponde à relação com outros elementos e onde todos os elementos devem ser equivalentes na quantidade e na qualidade. Com o pressuposto de que o fascínio da máquina teria decretado o ocaso da beleza naturalista, os artistas forjaram uma nova linguagem que pudesse exprimir o individual, o coletivo, o nacional, o universal, a um só tempo. Essa linguagem foi chamada concretismo.(waldemarcordeiro)

Durante vários anos, entretanto, a arte concreta desenvolveu-se sob o rótulo genérico de Abstracionismo, com alguns qualificativos que pretendiam distingui-la das demais vertentes dêsse movimento. Na I Bienal de São Paulo (1951) foram apresentadas obras concretas de A. Maluff, Ivan Serpa, L. Sacilotto, A. Palatnik e W. Cordeiro; mas pode-se considerar como um período precursor os anos de 1949 até 1952. Êste último assinalou o aparecimento da arte concreta como movimento, sendo formulados definitivamente os seu princípios teóricos e métodos operativos básicos na exposição do Museu de Arte Moderna de São Paulo e no manifesto Ruptura (de autoria de Waldemar Cordeiro e subscrito pelos participantes da exposição).(waldemarcordeiro)


(Em construção)






Fonte











Manifesta Ruptura Arte Contreta PDF





Nenhum comentário:

Postar um comentário

DESENHANDO SEM SABER DESENHAR

DUAS TÉCNICAS DE DESENHO Desenho é a representação de seres, objetos etc. (reais ou imaginados) feita sobre uma superfície bidimensional, po...