segunda-feira, 24 de junho de 2024

DESENHO DE UM MINUTO

DESENHAR 


"Desenhar é, primeiramente, ver com os olhos, observar, descobrir, desenhar é aprender a ver, a ver nascer, crescer, expandir-se, morrer (...)
Desenhar é, também inventar e criar. 
O Desenho permite transmitir integralmente o pensamento, sem o apoio de explicações escritas ou verbais. Ajuda o pensamento a tomar corpo, a desenvolver-se.(...)
O desenho pode prescindir da arte. Pode não ter nada haver com ela. A arte, pelo contrário, não pode expressar-se sem o desenho." 
(Le Corbusier, Escritos; in Bismarck, 2006).






DESENHO DE 1, 2, 3, 5 e 10 minutos 
904 e 901



















































SOMBRA SOBRE FORMAS 
GEOMÉTRICAS BÁSICAS 

Al. Severo






 

FORMAS BÁSICAS DO DESENHO

AS FORMAS BÁSICAS DO DESENHO
E SUAS SOMBRAS


O filósofo alemão Eugen Herrigel (1884-1955) publicou, em 1948, um livro intitulado ‘A arte cavalheiresca do arqueiro Zen’, o qual, desde então, vem sendo frequentemente reeditado. Herrigel foi, durante alguns anos, professor da universidade de Tohoku, no Japão, e, durante esse tempo, foi aluno do mestre Zen Kenzo Awa na arte de manejar o arco. A pontaria de Herrigel tornou-se cem por cento perfeita, mas, mesmo assim, o mestre lhe dizia que ainda não era o bastante. O mestre explicou que, tecnicamente, Herrigel estava perfeito, mas, quando a flecha deixava o arco, ele não estava consciente de si mesmo; então, tudo isso era fútil.

Quando a flecha é lançada do arco, a consciência deve também ser lançada internamente. Mesmo que não se acerte o alvo, isso não faz diferença alguma, mas o alvo interior não deve ser errado e Herrigel o estava errando. Assim, de acordo com seu mestre, ele era apenas um imitador. Era preciso que ele estivesse consciente do alvo e consciente de si mesmo. O arco deveria ser usado para atirar em dupla direção: apontando para o alvo externo e continuamente apontando em direção ao interno, o Eu. Transcorridos três anos de aprendizado, Herrigel veio para despedir-se de Kenzo Awa e o viu orientando outro aluno. Nesse momento compreendeu que o interesse do mestre não era somente o alvo externo, mas o próprio ser do indivíduo. 

Tecnicamente, a pintura europeia de finais do século XIX estava perfeita, mas o seu conteúdo era vazio ou fútil. Konrad Farner diz que “onde quer que a forma assuma importância maior que o conteúdo, verificaremos que o conteúdo em questão estará superado” (FARNER apud FISCHER, 1981, p.163). Os artistas do Ocidente passaram a concentrar-se, então, na busca pela essência da arte, o que, em termos do século XIX e meados do século XX, segundo Danto (2006), significava, fundamentalmente, a essência da pintura. 
Gombrich (1999, p. 604), comentando os trabalhos de Pollock, conta que:
 
(...) artistas e críticos estavam, de fato, influenciados não só pela arte chinesa mas, de um modo geral, pelo misticismo do Extremo Oriente, sobretudo na forma que se tornou popular no Ocidente sob o nome de zen-budismo. Também a esse respeito o novo movimento continuou a tradição anterior da arte do século XX. 

Assistiu-se, então, às seguintes transformações na obra dos pintores: pouco a pouco as imagens e qualquer vestígio do mundo corpóreo foram desaparecendo; primeiro as figuras ficaram simplificadas; depois, não havia mais nem a necessidade de observação e estudo para desenhá-las, pois eram feitas de acordo com o sentimento do autor; em seguida, restou apenas o sentimento ou a intenção plástica expressa em cores e formas indefiníveis. Era corrente entre os teóricos afirmar que, com a pintura abstrata, a arte havia chegado à sua essência.


I.

O desenho é uma operação que nos possibilita representar uma imagem tridimensional sobre uma superfície plana (bidimensional), definindo os elementos formais básicos: composição, proporções, efeito de volume etc. Constitui a base indispensável para qualquer obra no sentido mais tradicional do termo. 

Qualquer expressão artística se vale do desenho como meio para entender o projeto inicial. A escultura, a pintura, a arquitetura e, em muitas etapas e ocasiões, o cinema e a fotografia exploram previamente o modelo a partir de sua concepção em forma de desenho. O desenho é a obra primeira, o primeiro estágio de qualquer obra de arte, a partir do qual se desenvolvem a primeira idéia, as primeiras impressões; é o meio conceitual básico para muitos artistas

Apesar disso, o desenho também tem autonomia, pois se apresenta como excelente meio para reproduzir o mundo que nos rodeia e, na maioria dos casos, surge como obra final. Assim como qualquer forma de linguagem, o desenho tem uma técnica que se pode aprender. Não se trata de um dom especial que só alguns poucos possuem

Do mesmo modo como a escrita é constituída por letras que formam palavras que, por sua vez, constituem frases, o desenho começa com uma sucessão de pontos que formam linhas, e estas se sobrepõem para criar formas, hachuras, grisês ou manchas. O segredo de todo desenho está em aprender a observar, analisar realmente o motivo e dominar o desenho prévio, ou seja, o plano, esboço, estágio preliminar a partir do qual se engendra a composição, o enquadramento e as proporções, mais do que na capacidade ou incapacidade de aplicar determinada técnica

Portanto, previamente ao desenho existe uma educação sentimental do desenhista, que poderia ser chamada de desenho do desenho, baseada num conjunto de propostas e formulações abstratas e esquemáticas que nos possibilitam compreender e resolver melhor o modelo, estabelecer uma relação entre a aparente desordem do gesto e a clareza da estrutura.
(Roig, 2007)


Se você leu os textos introdutórios, pode perceber que é assim, com o desenho: a alma do desenho esta baseada em suas formas mais fundamentais e básicas e portanto incontornáveis. É necessário então, apreendê-las e dominá-las para se construir uma imagem inteligível, seja realista ou abstrata.

Na arte existem conhecimentos fundamentais para fazer do artista o grande mestre que ele deseja se tornar, e para tornar um estudante ou aprendiz em alguém que sabe o que esta fazendo ou do que esta falando.
 
E quando tratamos especificamente do desenho é necessário começar pelos elementos básicos da linguagem visual que estruturam toda forma: o ponto, a reta, o plano, luz e sombra, volume e cor, já vistos em momentos anteriores.

E entre as formas existem também aquelas que são as formas básicas que estruturam toda realidade e de todos os objetos, são elas: 

a superfície, 
o plano, 
o circulo, 
a esfera, 
o quadrado 
o cubo,
o retângulo
o paralelepípedo, 
o triângulo, 
a pirâmide,
o cone,
o cilindro
etc...

Conscientes de que o maior obstáculo com que tropeça qualquer amador é a falta desse conhecimento básico, Nestas poucas aulas vamos abordar o desenho em sua base e assim teremos o que é necessário para a iniciação no desenho artístico. 

Formas básicas do desenho (artools).

Comportamento da luz sobre as formas básicas





(Google imagens)

Estudar e conhecer as formas geométricas básicas é uma das melhores formas de praticar os fundamentos do desenho.

A importância das formas geométricas na arte

Conhecer e estudar as formas geométricas básicas pode até parecer comum demais, mas um bom artista é aquele que domina aquilo que é simples para, então, ser capaz de dar passos mais arrojados e praticar desenhos que se utilizam de técnicas e conhecimentos avançados.(artools)

É por isso que ter o domínio das formas geométricas básicas é fundamental na trajetória de qualquer artista, seja ele desenhista, pintor, gravador ou escultor ou deseja representar no plano, um esboço ou desenho. 

Construindo uma esfera com linhas e segmentos de reta.

Treinando o olhar artístico com formas simples

Se você está começando a desenhar ou se quer retomar o básico para qualificar ainda mais o seu trabalho, a dica é voltar o seu olhar artístico às formas geométricas mais elementares.

Olhe rapidamente ao seu redor. Tudo que você enxerga, que existe na natureza ou que foi criado pela mão humana, possui como fundamento mais simples, as formas geométricas básicas. Todas as coisas possuem formas diversas e complexas, mas podem ser reduzidas a estruturas simples, como círculos, triângulos, quadrados, retângulos, paralelepípedos e pirâmides.

O caminho portanto, é começar com um exercício direto e simples: observar o mundo que nos rodeia. Não é preciso nem sair de casa: a sala ou a cozinha estão repletos de objetos e cenas que, vistos mais de perto, podem auxiliar na construção de um olhar artístico apurado. (artools)




Formas básicas

Explorando sombras e luzes com formas básicas

Se você já desenha, sabe o quanto é importante aplicar corretamente a técnica de luz e sombra para realçar as dimensões dos objetos desenhados. E quando treinamos com formas geométricas básicas, brincar com o jogo de sombras e luzes fica ainda mais divertido e especial.

Ao reproduzir formas simples no papel, como quadrados, cubos e cilindros, busque projetar uma luz imaginária em cada uma delas e fantasie as sombras que podem se formar. A partir daí, comece seus estudos das dimensões.

Praticar com formas simples também é uma boa maneira de estudar o sombreamento. Fontes de luz que vem de diferentes lugares e direções, adicionam diferentes sombras e fazem com que cada formato tenha um impacto visual único.

Formas geométricas em perspectiva para criar dimensões

Sabe aquele desenho realista, que parece uma representação quase perfeita do mundo em que vivemos? Pois provavelmente ele tem um bom trabalho de perspectiva por trás!

A perspectiva é a técnica que nos permite representar objetos de forma tridimensional em uma superfície bidimensional. Com isso, o que se consegue são objetos, e cenas, que possuem uma aparência bem realista, já que levam em conta conceitos como largura, altura e profundidade, e respeitam a distância entre os objetos e o observador.

E é aqui que entram as formas geométricas básicas. Com elas, você consegue treinar, e criar, desenhos em perspectiva, adicionando mais profundidade e realismo às obras.

Quer uma sugestão de exercício simples para colocar em prática agora? Então escolha um objeto da sua casa que tenha uma forma geométrica e varie a visão dele em diferentes ângulos. Conforme a mudança de ângulos acontece, a perspectiva também se altera!

Desenho das formas básicas (artools)









Materiais para experimentar o desenho de formas geométricas

Agora que você já sabe por onde começar, é hora de pensar nos principais materiais que podem auxiliar no estudo das formas geométricas básicas. A seguir alguns desses materiais para que possamos criar as formas básicas.

Lápis e borracha
Não existe esboço ou desenho sem um lápis à mão. O material mais importante de todos não tem muito mistério, mas contar com diferentes graduações de grafite pode ser uma boa alternativa para conseguir diferentes efeitos e praticar diferentes técnicas. Entretanto não é necessário sair comprando todos os lápis de uma papelaria; o lápis 6B permite fazer todas as gradações de luz, desde o mais claro até a ausência total de luz. Com a borracha podemos abri clarões de luz num fundo de grafite negro. Há também a possibilidade do uso de borracha limpa-tipos para abrir claros no desenho, desde áreas muito pequenas até grandes espaços apenas pressionando a borracha contra o desenho.  

Por fim, devemos escolher o papel. Qualquer tipo serve, mas aqueles com gramatura um pouco mais alta oferecem um maior controle no traço do lápis, com isso, você obtém um traço mais preciso e um resultado mais profissional e assim, mais expressivo. 


A geometria auxilia em sua criatividade!

Estudar as formas geométricas básicas é um exercício relativamente simples, mas que requer boa disposição e uma disponibilidade para fazer exercícios. Para isso, mais do que focar na parte teórica, o importante é colocar a mão na massa e praticar ali, direto no papel.

Progredir no desenho torna-se uma tarefa menos complicada quando começamos pelo básico e focamos em aprender, com maestria, os elementos essenciais que compõem as cenas e os objetos que desejamos reproduzir com nossa arte. Tente reduzir a forma dos objetos às suas formas básicas como círculos, planos, triângulos, pirâmides, quadrados e cubos etc. e verá que a expressão das formas complexas se tornarão mais simples.
















II. SOMBRAS EM FORMAS GEOMÉTRICAS SÓLIDAS


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Fonte













ARTE SENSORIAL

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